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O Trem de Ferro II
VEÍCULOS E TRANSPORTES
Autor: Hugo Pinto de Carvalho
A casa onde nasci e me criei, em Itiúba, ficava às margens da velha estrada de ferro da "Rede Ferroviária Federal Leste Brasileiro" que liga Salvador a Juazeiro. Para ser mais exato, o trem passava apenas a quinze metros da calçada. Fumegante e espirrando água fervente, apitando insistentemente, ele passava várias vezes ao dia, de ida e de volta.
Tinha o trem de passageiros, bonito e garboso, o trem de cargas com seus vagões fechados para mercadorias e os vagões chamados "gaiolas" para transporte de animais vivos, formando um comboio de quase um quilômetro, e o trem-misto com muitos vagões e apenas uma classe para passageiros. Curiosamente este era chamado de "arrecadação", isto porque a sua prioridade era a carga e não o passageiro. Não tinha obrigação de cumprir horário, pois, só partia depois da carga e descarga das mercadorias na estação. Também o chamavam "Mochila", pois a classe dos passageiros não dispunha de restaurante e assim quem quisesse comer tinha que levar o lanche. Durante toda a infância e adolescência convivi com essa "movimentação ferroviária" por isso nunca esqueci. Ainda porque, também a escola Góes Calmon, onde estudava, ficava à beira da ferrovia e bem pertinho da estação.
Nos horários de paradas dos trens na estação, era grande a movimentação de pessoas de todas as idades, tornando-se até uma diversão local. Até a década de 50 era o único meio de transporte para Salvador, de passageiros e cargas, e o movimento era intenso. Hoje resta apenas a rara passagem de um velho e pequeno comboio carregando minérios de ferro da região para Salvador e Camaçari. Como se deduz, o trem de ferro da velha "Rede Ferroviária Federal Leste Brasileiro" parou no tempo. O único progresso foi passar de trem à lenha para trem a óleo cru e finalmente para óleo diesel, e só. Ainda bem que o melhor de sua história ficou gravado na memória de um garoto.
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