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Na Carona do Chevrolet Brasil
VEÍCULOS E TRANSPORTES
Autor: Valmir Simões
Não tenho lembranças exatamente do ano, mas, foi antes de l961. Chegava a Itiúba um lindo caminhão da marca Chevrolet, adquirido em Salvador, pelo Sr. Valadares. O motorista era o Sr. Geraldo (Giru). Esse veículo tinha a única finalidade de fazer o transporte de fardos de sisal para Salvador. Outro funcionário, que gozava de grande conceito do Sr. Valadares, era o Antônio Martins, que costumava ir à fazenda Fibrasil de propriedade do seu patrão, lá pelas bandas da Camandaroba, para trazer sisal, a granel, para o depósito em Itiúba. Na maioria das vezes eu o acompanhava, pois, ele me contava muitos casos e assim nos tornamos amigos. Riamos bastante durante as viagens. Com a chegada do Chevrolet Brasil, gerou uma ciumeira danada, pois ele acreditava que iria ficar livre de dirigir um antigo caminhão Ford queixo duro, isto é, não tinha as marchas sincronizadas e estas eram praticamente passadas ao tempo do motor, além disso, uma folga no volante que somente ele conhecia as manhas.
Em uma das viagens à fazenda ele me disse: - Adivinha o que o caminhão novo vai carregar na sua primeira viagem, antes mesmo de ir para Salvador? Vai carregar cocô de cabra da fazenda para uma cidade em Sergipe por nome Nossa Senhora do Socorro e de lá vem carregado de Sal Grosso para o depósito de atacado. Eu lhe perguntei: - E o Chevrolet novo vai entrar nestas estradas cheias de buracos da fazenda? E ele disse em tom de ira, com um charuto mastigado na boca em forma de leque, mas sorrindo ao mesmo tempo: - Fazer o quê? Vai sobrar para o Toizinho aqui e este Fozinho do meu coração. E apertou o dedo na buzina dizendo: - A certeza que tenho é que neste eu mando e vou tirar da cabeça a ilusão de dirigir um carro do ano. Só sei que ele teve que sair recolhendo cocô de cabra nas fazendas vizinhas, pois a produção da Fibrasil não era suficiente. Fui convidado para fazer a tal viagem a Sergipe com esta carga estranha que dava muito dinheiro lá, pois servia como adubo.
Saímos cedinho de Itiúba, eu, o Geraldo (motorista), e o ajudante Galego, quando passamos por Cansanção começou uma chuva intensa e apesar do veículo ter lona e forro na base da carroceria, a lona na parte de cima não foi bem colocada e começou a entrar água na carga e só sei dizer que ao pararmos em Euclides da Cunha para o almoço, já ninguém suportava o mau cheiro e tivemos que parar o carro bem distante do restaurante. E foi assim até o destino, sentindo o estômago revirar.
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