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O Voto de Chapinha

USOS, HÁBITOS E COSTUMES
Autor: Valmir Simões

O Voto de Chapinha

 

Antigamente as eleições em Itiúba eram muito diferentes das realizadas atualmente. Chegavam os caminhões do interior do município carregados de eleitores que tinham o seu domicílio na sede e desembarcavam em frente as casas onde eram preparadas as refeições. Nos quintais dessas casas ficavam diversas trempes de pedra com enormes panelas de barro em fila e várias senhoras cuidando do tempero e do ponto de cozimento, enquanto alguns cabos eleitorais faziam a distribuição das chapinhas com o nome do candidato, colocadas em envelope, sem dobrar. O eleitor era comprado, pelo candidato, com comida, transporte, roupas, etc. Era voto comprado mesmo. Conheci os dois partidos mais fortes: UDN e PSD que sempre se defrontavam.

Quando passavam as eleições entregavam no armazém do meu pai vários pacotes de chapinhas que não foram utilizadas e que ele agradecia muito, pois serviam para enrolar temperos, canela em pau, cravo, pimenta e cominho, etc. Ficava o nome dos candidatos sufocados pelo aroma das especiarias. Imaginemos se isto tudo ocorresse presentemente. Naquele tempo ninguém se preocupava com essas bobagens (da época).      

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