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Encarnando James Dean

USOS, HÁBITOS E COSTUMES
Autor: Valmir Simões

Encarnando James Dean

 

Naquele tempo os jovens da nossa cidade não tinham acesso a certos tipos de informações escritas, nem televisiva, como atualmente. Quem vinha à Bahia (Salvador), era o nosso linguajar costumeiro, de quem se dirigia a Capital do Estado. A moda era trazida de lá, no jeito de vestir ou pentear-se. Os nossos profissionais (Barbeiros), só sabiam cortar cabelos rebaixados, franjinha, ou o tradicional Maracanã, eram realmente uns barbeiros, tendo como volante uma tesoura “solingen”, de origem alemã, boa de corte quando bem amolada. Os borrifos de água e o pente de chifre de boi, amansavam os cabelos crespos ou finos, que se rendiam ao corte do mestre. Mestre da Dama ou do corte. Coincidência ou não, todos eles eram fanáticos no jogo de damas, assim como os clientes da Velha Guarda.

Por falar em corte de cabelo, chegou na cidade um cabeleireiro, que residia lá para o lado da estação, que se não me falha a memória chamava-se Zé, que passou a adotar no seu humilde salão cortes mais modernos, sempre perguntando aos fregueses qual o tipo de corte de preferência. Os artistas dos filmes do Cine Itiúba, passaram a ter o tipo de cabelo e corte copiado. Amigos começaram a criar cabelo cheio para cortes parecidos, com os protagonistas do cinema. Entre eles o nosso amigo “James” (Antônio Felix) encarnou o famoso James Dean, que até hoje, assim é conhecido, mas como não é mais menino, a idade pode lhe ter desfalcado a bela cabeleira e acredito que o James de outrora, seja agora de novo o “Toinho” que conhecemos. Ao meu bom amigo, a saudade do nosso tempo, das serestas e farras que por muitas vezes compartilhamos.

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