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Curral do Concelho
USOS, HÁBITOS E COSTUMES
Autor: Max Brandão Cirne
Nos anos idos, em toda cidadezinha do interior e, até mesmo na Capital, existiam os tais “Currais do Concelho”, formas e maneiras dos alcaides arrecadarem sempre mais e mais tributos. Em Itiúba não foi diferente. Era um pequeno curral como o nome indica, murado sem quaisquer cuidados com os animais. Para lá eram levados burros, cavalos, vacas, e, tecnicamente, outros de menor porte como porcos, cabras e galinhas. Os três últimos, entretanto, eram raríssimos. Eram apanhados nas ruas e nos logradouros públicos por empregados ou prestadores de serviços às prefeituras locais. Descobri o de Itiúba quando garoto, explorando, numa das raras fugidas de casa, os arredores da cidade. Era imponente, quadrado no seu formato, sem água e sem cobertura, absolutamente maltratado, e, lá, ficavam alguns pobres animais confinados até serem resgatados pelos seus donos após, claro, o pagamento dos tributos estipulados. Depois a prefeitura Local começou com o péssimo costume de contratar atiradores que matavam animais de pequeno porte quando avistados pelas ruas da cidade, atraindo para os matadores a ira do povo pobre que dependia daqueles animais para a sobrevivência. Quanto ao Curral do Concelho desapareceu, caindo em desuso, sendo demolido.
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