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Apelidos de Itiubenses
USOS, HÁBITOS E COSTUMES
Autor: Humberto Pinto de Carvalho
Iniciamos aqui uma história. Aquela de todos. Vamos escrever para nós todos itiubenses, com forte dose de singeleza, e vamos produzir, em conjunto, um trabalho inédito. Designar ou chamar uma pessoa em circunstâncias supostamente assemelhadas ao seu verdadeiro nome, feitos ou defeitos é tão antigo quando a civilização humana. O sertão guarda apelidos para pessoas e coisas. Todos possuem o seu e por ironia, às vezes, mais de um. Pode ser apenas para aumentar a qualidade ou indicar um defeito moral, ou físico. Razão não falta.
No futebol são comuns os craques pedirem registros (Patentes) dos seus apelidos, com exclusividade de uso público ou privado, como o caso do Pelé. Numa pesquisa de porta a porta, ficou provado que muitos indivíduos não são conhecidos pelo seu nome de batismo. Sempre há o Zé do Quebra-Queixo (que vende este tipo de doce) o Zé da Moqueca, o Joãozinho do Béu. Até os santos receberam os seus: casamenteiro para Santo Antônio, fogueteiro para São João e São Pedro o Guardião do Céu. Poucos sabem como se livrar da pecha. Alguns enfrentam o problema brincando com o apelido e acabam vencendo. É o caso do caro amigo Teixeirinha. Quando ele começou a estudar na Escola Góes Calmon eu já estava saindo. Lembro-me que ele apareceu com uma lâmina de papel-alumínio cor amarelo-ouro, pedindo aos colegas para colocar um “dente de ouro”. Muitos aceitavam. Outros recusavam alegando que ele não era discípulo do velho Teixeira, prático-dentista que residia na cidade. Daí o apelido que ele soube, como ninguém, incorporar. Seu nome verdadeiro, Raimundo Barreto de Freitas, não é tão conhecido como o seu apelido.
Debruçados no cotidiano das pessoas que conhecíamos e conhecemos, procuramos extrair algumas pérolas sobre aspectos da invisibilidade dos apelidos que foram catalogados, com propósito apenas de desenvolver este trabalho, usando os personagens anônimos, aqui livremente transportados, ajustados e agrupados das pessoas que não escolheram os seus apelidos, com ou sem significados abrangentes e, ao mesmo tempo, sem conotações pejorativas. Muitos apelidos atingiram os núcleos familiares, pela sua inocência perdida em busca de afeto entre amigos de infância como: Guinho, Jajá, Zequinha... Este é termo central, sem abordagem das angústias e desesperos, que se revestem o tom quase documental. Não é uma história comum. Daí fugir ao tempo para oferecer aos itiubenses um trabalho pitoresco e nada mais.
O apelido sempre terá dois sentidos. Um jocoso, sem malícia, puramente, despretensioso para quem inventa. O outro muitas vezes vira nome próprio e aceito. Quando agrada é porque a pessoa despreza o nome de batismo ou é até relacionado à sua personalidade. Quando desagrada vira insulto e agressão. Seja qual for à origem, deve-se respeitar o sentimento da pessoa, principalmente se ela não tolera a brincadeira. Tudo na vida tem hora para acontecer. Sempre o outro nome existiu como brincadeira de criança que, usualmente, é diminutivo do verdadeiro nome. Muitos são relacionados aos trejeitos, modo de pronunciar as palavras, do andar, do olhar e na sua maioria herança da família.
Devemos lembrar que este trabalho não deve ser usado para denegrir a imagem de ninguém. Muito menos servir como referência desrespeitosa. O bom apelido é bom quando ajuda a entender que tudo se trata de um carinho. É prudente ressaltar situações que a alcunha é importante para fazer alguém ri de si ou de outros. Tudo que vier depois teria de acontecer comigo ou com você. É assim que pensa o criador de caso que age no momento certo e põe o apedido em alguém. Em cada esquina, a qualquer momento, existe um sujeito observador espreitando quem passa. Não perde tempo e descobre uma maneira de comparar o andar, a fala, o cabelo, os dentes, os olhos, os ombros, ou seja, quaisquer evidências que ajude a encontrar o apelido certo. Não admite que outro faça este serviço ou desserviço, que considera uma arte sua, amparada no dom que carrega como seu. Essa ilusão coletiva existe de que tudo é real. É bom não esquecer que uma cidade de porte médio como Itiúba, cultua vários feitos, vários passados e vários futuros para adotar a tolerância e apreciar a lista que informa, não a regra, mas, a vida explícita, inocentemente coletada por seus filhos, enteados e aderentes. O que moldou o projeto é a verdade do registro dos fatos relacionados a nós itiubenses, que herdamos dos nossos antepassados a alegria e descontração como fórmula de compreender o lado jocoso das palavras e seus trocadilhos. Vamos lá. O VACA, AIÓ, AMERICANO, ANU, ARVOREDO, AZULÃO, BABÃO, BACALHAU, BAGA, BAMBÁ, BANDUCA, BANGO, BARRÃOZINHO, BARATEIRO, BEBÉ. BEIJÁ, BEIJU, BELAU, BEM-TI-VI, BANDEIRA, BERÉ, BEREGA, BERRO-GROSSO, BERUCA, BESOURO, BICUDO, BIDÓ, BIDUGA, BILA, BILÉU, BOLINHO, BILÔLA, BITELO, BOBO, BOCA, BOCA-MOLE, BOCA-RICA, BODÃO, BODE, PRETO, BOLOLÓ, BOMBA-DE-BATER, BONECA, BORRACHEIRO, BOSTA-DOE, BOTO, BRASA-DO-TREM, BRUÉLA, BUDINHA, BUIÃO-DE-PIXE, BURRA-FÊMEA, BURREGO, BUTÁ, CABEÇA, CABOCLA, CACHEADO, CACHORRO-MAGRO, CAFAFÁ, CAGA-LAMA, CALANGO, CAMBAMBÁ, CAMBÃO, CANCÃO, CANDEEIRO, CANHÃO, CANJIRÃO, CANTU, CAPITÃO, CARA-DE-JEQUE, CARAMBA, CARDEOLI, CARRINHO, CASCA-DE-JACA, CASUMBÉ, CATENTE, CAXIXA, CHAMPIÃO, CHAMPU, CHAPIÃO, CHAPOLIM, CHICO-BRANCO, CHICO-DA BETE, CHUMBREGA, CHURUMELA, BABAU, COCOTA, CONFUSÃO, CORROZINHO, CRAUNA, CURUJÃO, CURURU, CUSCUS, DANDU, DAZO-GRANDE, DEDÉ-DA-DAMIANA, DEDÉ-SOLDADO, DINÔ, DOIS-DE-OURO, DONZELO, DOUTOR-MINDU, DUDÉ, ÉIÉI, EMBURANEIRA, ENGOLE-SAPO, ENTERRADO, ESCURINHO, ESPIRRO, ESQUINDINGUE, FANTOCHE, FEIRA-RUIM, FEIJÃO-CRU, FININHO, FLOZINHO, FORMA-DE-FAZER-MEDONHO, FREJE-BANHA, FUAMPA, FUZIL, GAITA, GALO-CEGO, GAMBÁ, GANCHINHO, GASOLINA, GATINHO, GEBARA, GEREBA, GIRU, GONGON, ZÉ-GOTEIRA, GOVERNO, GUAIABA, GUFU, GUIGA, GULEGO, IÁ, IAIÁ, JANJÃO, PABELÃO, JARAGUÁ, JEEP, JEGA-VELHA, JEGÃO, JEGUE-DE-BOTA, JINGA, JOÃO-DE-FERRO, JOÃO-DO-BOMBO, JURUNA, LABAREDA, LILA, LIQUIDA, LOLOTINHA, LUIZ-BOI, LUXUDUÍ, MADRUGA, MANCAMBIRA, MANÉ-TRINTA-E-UM, MANECA-TÁ-NO-TEU, MANEQUIM, MANGABIL, MANOEL-GANCHINHO, MANU, MARIA-PESCOÇO, MARIA-QUEBRA-VARA, MAXIXE-PELADO, MAUZINHO, MELÉ, MEU-TONHO, MEXE-BEM, MOCOTÓ, MOELA, MOSQUITO-DE-FATO, MUDO-DO-CAMBÃO, MURIÇOCA, MUSSOLINI, NANA, MANÉ-QUÉ-PÓ, NANU, NEM, NORÃO, NARIZ-DE-PIMENTÃO, OLHO-CHORA-VINAGRE, OLIUDE, PALITO, PALUTA, PÃO-MIJADO, PASSARO-PRETO, PATA-CHOCA, PAU-OCO, PÉ-DE-METRO, PÉ-DE-OURO, PEDRO-CORONEL, PEDRO-GROSSO, PEDRO-PELANCA, PEIXE- BOI, PENICILINA, PEREBA, PEZÃO, PIÃO, PIMENTÃO, PINGÃO, PINICA-NA-GATA, PINTADINHA, PINTADINHO, PIOLHO, PIPIU, PIRÃO-DE-ONÇA, PIRIQUITA, PIROCA-DO-LINO, PIROCA-DENTÃO, PIROQUINHA, PISCA-PISCA, PISTON, PITIONGO, PITUCA, POCÓTÓ, POLIDORO. POMBA-MOLE, POPOZINHO, PREFEITO-DA-LAMA-DO-CORTE, QUEBRA-QUEIXO, QUEIXINHO, QUIMILAS, QUITU, RAPOSA, REGINHO, ROLA-DO-JOÃO, ROLINHA, ROXINHO, RUCA, SAGUIM, SÓIDA, SONRISAL, SANCHO-PANÇA, SULU, SURUBIM, TAMORETE-DE-CABARÉ, PINTOR-DE-RODA-PÉ, TAMPA-DE-BINGA, TARUGO, TATATO, TEIA, TEIXEIRINHA, TEMTENHE, TETEIRO, TETEU, TICHITE, TOCO-DE-AMARRAR-BODE, TODO-FEIO, TOMBÁ, TONDÉ, TONHO-CANA, TONHO-CHAPÉU, TONHO-DE-IAIÁ, TONHO-DO-CORREIO, TONHO-VÉIO, TONTÉ, TOUREIRO, TOZADOR, TRES-QUINAS, TROÇO-DE-ONÇA, TRUBUFU, TUBINHO, VACA-BRABA, VAQUEIRO-DE-GALINHA, VAQUEIRO-DE-PERU, VELOCIDADE, VENTA-MELADA, VERDINHO, VERMELHO, XANDU, XANDUÍ, XANDUZINHO, XELÉU, XERIDAN, XERIFE, XINXA, XIXI, XOURES, ZÉ-DA-CABOCLA, ZÉ-DA-MOQUECA, ZÉ-DO-ÓLEO, ZÉ-DO-ROLA, ZÉ-TITELA, ZÉ-CAPÃO, ZÉ-PAPA-MEL, ZIRU, ZOINHO, ZOMINHO.
OBSERVAÇÃO: Pedimos aos leitores que ajudem a enriquecer esta página, enviando apelidos de Itiúba que não constam desta relação, usando o e-mail do site.
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