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Eu e o Tanque da Nação

TANQUE DA NAÇÃO
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

Eu e o Tanque da Nação

 

Quando os primeiros moradores chegaram e se estabeleceram formando um pequeno povoado, ele era apenas uma fonte de água para o gado da Fazenda Salgada. Um povoado surgiu, cresceu, virou cidade e a cacimba que era só dos animais agora era de todos, era da nação, era o Tanque da Nação, um belo lago artificial que se tornou o símbolo da cidade.

Ele era bem mais velho do que eu, mas nascemos na mesma cidade e crescemos juntos. Nasci em 1942 e ele em data imprecisa muito anterior a mim. Sabemos apenas que antes de 1930 ele já era conhecido como a cacimba de minação dos animais da Fazenda Salgada, em cujos terrenos a futura cidade de Itiúba surgiria. Em 1945, quando eu tinha 3 anos, Itiúba já era uma pequena cidade e ele ainda era um pequeno tanque que servia apenas para satisfazer as necessidades dos animais criados soltos nas ruas e abastecer, com água para limpezas gerais, as residências da cidadezinha que crescia a sua volta.

O início da década de 1960 foi bom para nós dois. Muitas mudanças chegaram e quase sempre boas. Eu me tornei um rapaz e descobri uma nova vida, um novo mundo. Deslumbrei um momento no qual o mundo conspirava quase sempre a nosso favor, onde a sábia natureza nos privilegiava por haver chegado o momento de contribuirmos para que a expansão da vida continuasse aqui na Terra. Nesse mesmo tempo, o Tanque da Nação cresceu, ficou mais bonito, tornou-se uma atração, virou o local mais fotografado, o ponto de identificação da cidade. Ele também estava sendo privilegiado e foi graças a essas mudanças que ele não desapareceu, como tantos outros que já não existem mais.

Eu continuo aqui e ele também, mas um dia aqui não estaremos, pois na natureza nada é permanente, nada fica, nada ficará.

 

(Leia a continuação desse texto clicando no link: https://www.itiubadomeutempo.com.br/blog-artigo/tanque-da-nacao/eu-e-o-tanque-da-nacao-ii)

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