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Bojo

SAUDADE E LEMBRANÇAS
Autor: Egnaldo Paixão

Bojo

       

Antes de ser o que hoje é tinha-se aqui Estação da Leste Igreja Matriz Clube 2 de julho sede da Prefeitura e num canto Câmara de Vereadores, Escola Góis Calmon e nenhuma outra.

Antes aqui se tinha, as Filarmônicas 8 de dezembro e 2 de julho, folclore farto, bumba-meu-boi, ternos de reis, carnaval de rua, serenatas e serra-velha, achaques noturnos Quinta-feira Santa em frente às casas dos que não eram casados e viviam à dois sob o mesmo teto...

Antes de mudar de rumo em 1935, a Vila tinha como diversão maior, o Cine Theatro Ideal do empresário Manoel Pinto, que tocava fábricas de pólvora, charuto, fósforo, enxofres e velas.

Depois, vieram o Cine Itiúba, e os cabarés das 7 casas e Calumby. Iluminação precária, Juvininho pirraçava... motor quebrado, cidade escura, da Igreja à Estação da Leste silêncio nas casas nos bares e nos jardins depois de poucas horas que a noite vinha.

Hoje, tem-se faltas e compensações. O trem parou, ônibus assumiram. Filarmônicas declinaram, nasceu a 4 de Janeiro, cheia de graça e criança... a Escola Góis Calmon continua precária, mas vieram outras.

Folclore acabou. Cinema Ideal acabou. Cine Itiúba acabou. Cabarés acabaram. Serra velha acabou. Manoel Pinto morreu, Jovininho morreu. Só uma coisa permaneceu: o bojo de um vale chamado Itiúba, permanece enchendo, inchando, crescendo e declinando, indo e vindo, não se sabe até quando...

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