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A Receita do Matuto

REMÉDIOS E MEDICAMENTOS
Autor: Valmir Simões

A Receita do Matuto

   

Naquele tempo, na nossa querida Itiúba, existiam apenas duas farmácias, a de Dona Ziru e a do Soares. Certas doenças, que não tinham gravidade, eram curadas com rezas, chás e com outros procedimentos. Os remédios caseiros eram geralmente passados de pais para filhos e assim por diante, e, na maioria das vezes, com bons resultados. Em razão do sucesso alcançado, a propaganda boca a boca se espalhava.

Lembro-me que Dona Ziru, por ter seu estabelecimento comercial junto ao do meu pai, era a Farmácia que mais atendia as nossas necessidades com relação a medicamentos. Havia, no seu interior, um local de manipulação de fórmulas, mantido a sete chaves. Certa vez tive uma bronquite muito forte e os remédios que tomava não ofereciam um bom resultado, foi quando um senhor que vendia lenha na cidade deu uma receita de um preparo caseiro chamado Lambedor, composto de diversos tipos de raízes e folhas, mas, teria de comprar um pozinho na Farmácia de Dona Ziru, que se chamava Ipeca e tinha a função de bronco dilatador. Dona Ziru não queria vender de maneira nenhuma, dizia que lambedor era xarope de matuto. Por muito insistir, foi vendido, a composição foi feita, o resultado foi dos melhores e a tal receita foi passando para outras mães. Prevaleceu a receita do matuto.

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