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Iluminados pela Luz da Lua

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Autor: Valmir Simões

Iluminados pela Luz da Lua

     

Naquele tempo, depois das 22 h a maioria da população da nossa velha e amada Itiúba já estava no primeiro sono, no entanto, os boêmios, ou aqueles parentes da coruja, nem estavam aí, para o breu da noite. Uns faziam da balaustrada o ponto do bate-papo, o encosto dos bêbados, os fuxicos da vida alheia, as histórias de lobisomem e tudo mais que vinha na imaginação. Se fosse em um final de semana, da sexta-feira para o sábado, aí o movimento dos que não tinham o que fazer virava os ponteiros do relógio lá para as duas e meia ou mais alguma coisa, outros chegavam a ouvir o cantar dos galos dos quintais do Aurino, João do Prado, Joaninha, Celidônia, etc. Na verdade, todo mundo criava galinhas e galos em quintais, para um bom ensopado de molho pardo, prato muito apreciado pelos nossos patrícios. Pois bem, deixemos as galinhas e galos de lado e vamos falar quem não faltava neste local? Iluminado pela luz da lua, agarrado no braço do “Boca do João Martins” lá vem ele o primo Hélio Simões com seu inseparável sax alto. Ali era o porto seguro para iniciar os primeiros acordes da serenata improvisada, que podia acontecer ou não, a depender do dono do instrumento, ou pela opinião do seu fiel condutor, em razão do primo não enxergar, mas com um ouvido afinadíssimo. Bons momentos, velhos tempos, boas noites sob a luz prateada do luar itiubense.

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