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O Joãozinho e sua Alfaiataria
PROFISSÕES E PROFISSIONAIS
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

Alfaiataria do Joãozinho ficava ao lado do Bar Central do Carlos Pires, logo após a casa de Dona Pombinha, parente da Celidônia. Na frente, havia apenas duas portas de madeira e nenhuma janela. No fundo, um amplo quintal com um portão que dava para a Rua Cel. João Antônio. Na sala de trabalho, que ficava logo na entrada, havia uma mesa de madeira com armários sob o tampo, onde o Joãozinho cortava as calças e paletós dos fregueses, e várias cadeiras e tamboretes. Era um ponto de encontro da turma, pois lá trabalhavam o Pedrinho Capitão e seus irmãos. O Joãozinho não bebia, mas não se incomodava quando os seus ajudantes bebiam. O Valmir já contou aqui o caso dos Anjinhos Perdidos, onde ele narra a perda dos enfeites mortuários pelo Danduzinho após tomar “umas duas” lá.
Naquele tempo, não se encontrava roupa pronta com facilidade e só existiam duas alfaiatarias na cidade, a dele e a do Quitu. Por isso, a procura era muito grande. Meu pai, que usava terno diariamente, era seu freguês. O Delegado Tibério, que exigia sempre terno apropriado para autoridade, também.
O Joãozinho estava sempre com uma fita métrica e dois gizes de riscar pano nos bolsos e gostava muito de falar sobre as suas conquistas amorosas dos seus tempos de solteiro. Ele colava atrás da porta de entrada uma lista com os nomes dos fregueses devedores. Era a “Lista dos Caloteiros”, como ele chamava.
Que saudades daqueles bons papos, sentado num tamborete, olhando o movimento da rua e com o Bar Central ali bem pertinho, sempre com uma boa cervejinha gelada. O Joãozinho, o Pedrinho Capitão e seu irmão, Lili participavam ativamente das conversas sem interromper, contudo, os respectivos trabalhos.
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