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Tenho razões para acreditar que a balaustrada foi erguida juntamente com o prédio da Prefeitura, embora não haja certeza absoluta sobre isso. Prometo, entretanto, realizar uma pesquisa aprofundada para esclarecer essa questão. O que posso afirmar com convicção é que, por décadas, ela foi o principal ponto de encontro noturno da juventude de Itiúba. Foi testemunha silenciosa de primeiros olhares e carícias tímidas entre namorados, de reuniões fervilhantes onde eram decididas as ações noturnas dos jovens — algumas vezes imprudentes — e também de acalorados debates que ocasionalmente culminavam em brigas.

A atmosfera do lugar era cativante e convidativa. Sentados sobre a balaustrada, observávamos a movimentação ao redor — desde o animado Clube 2 de Julho até o Cine-Itiúba, passando pela Prefeitura e até mesmo pela distante Estação Ferroviária. Ainda havia outro cenário a capturar nossa atenção: as águas calmas, embora turvas, do Tanque da Nação, que rodeava a área. Entre a balaustrada e o tanque cresciam exuberantes plantas, as quais todos chamavam de tamareiras, embora, até hoje, eu não tenha certeza de que pertenciam realmente a essa espécie de palmeira.

Certa ocasião, ocorreu algo marcante. Por razões que hoje me escapam, o Juiz de Direito solicitou um destacamento militar para proteger a cidade por um curto período. Sem grandes incumbências, os soldados, talvez buscando alguma forma de se fazerem notar, resolveram, por iniciativa própria, proibir reuniões de mais de três pessoas nas proximidades da balaustrada. Além disso, impediram que qualquer pessoa se sentasse ali. Para os jovens, isso foi um duro golpe, que só foi revertido após uma reunião com o Prefeito e o Juiz, os quais esclareceram que não havia qualquer justificativa para tais restrições.

Infelizmente, na última reforma realizada na área, a balaustrada foi demolida, deixando para trás apenas lembranças e uma profunda saudade daqueles bons tempos vividos por quem teve o privilégio de frequentar o local.