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Blog
Saudades do Valmir Simões
PESSOAS
Autor: Max Brandão Cirne
Hoje amanheci com aquela saudade danada do meu amigo de infância Valmir Simões. Amanheci, lavei e escovei as travagens, joguei umas gotas dágua na cara cheia de dobras e vincadas das cobertas, preparei um cafezinho, sentei na cozinha e me pus a matutar sobre nossas vidas na” Itiubinha dos amores”. Vi o danado no armazém do seu pai contíguo à farmácia da Dona Ziru, pesando e arrumando as coisas para vender à clientela. No sábado, principalmente, lá estava o camarada a vender aos cachacistas; doses de “tampa-de-capuco” ou martinis; aos mais endinheirados, jurubeba Leão do Norte, Cachaça do “seo” Joel Grande e, entre esses mesmos afazeres, açúcar, fumo de corda, pimenta-do-reino e outras coisas que eram vendidas nas antigas vendas dos sertões, precursoras dos modernos supermercados.
Então fui e vou às crônicas dele estampadas no Site Itiúba do meu tempo e lá derramo na telinha do meu PC as recordações das amizades e dos amigos idos, da ermidão e dos desertos que se formam lentamente, porém, inexoráveis ao nosso redor. Somos ilhas desérticas lavoradas que se esmaecem e perdem suas árvores na descida dos rios formidandos a destruir o “ontem”, e a nos apontar um “amanhã” que não existe. Quando muito esmaecemos e crostamos com aquele pardo encardido e pegajoso, não obstante, mas esmaecido do tempo cujas pinceladas se incapacitam por uma renovação. Somos árvores baqueadas pelo machado, ainda que, por breves momentos, nos permita perfumar o ar com aquele perfume que exala delas, mesmo após abatidas. “Requienscat in pacem”, Valmir Simões. Você mereceu.
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