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Pedro Cajá

PESSOAS
Autor: Humberto Pinto de Carvalho

Pedro Cajá

 

Como amigo e compadre, trago aqui uma pequena história de um cidadão que está beirando os 100 anos vividos com dignidade e muito trabalho. Conheci esse desbravador aos 13 anos, quando comecei trabalhar com o senhor Pedro Oliveira, gerente e sócio nos lucros do armazém do meu tio Belarmino, que ficava na Travessa Rio Branco (hoje conhecido como calçadão). Ele só aparecia aos sábados. Mesmo com pouca idade aprendi com ele ser balconista e engarrafador de vinhos e cachaça no alambique do dito estabelecimento, onde também desempenhavam serviços outros, como o Giru e o Zé Homem. Quando passei apreciar as festas nas fazendas e povoados, sempre encontrava o Pedro com sua tenda no terreiro das casas vendendo “pinga” e cigarros. Para mim era um alívio saber que em caso de necessidade contaria com ele. Anos depois ele ficou conhecido como caçador da onça suçuarana, que existia nas nossas serras.  Com uma armadilha engenhosa feita por ele contendo um cabrito como isca, capturava o animal e sempre aparecia com uma onça viva na feira e cobrava ‘entrada” de 500 réis para adultos e crianças olharem de perto um animal com fama de feroz. Era um sucesso. Quando a novidade acabou, passou a vender a carne desses predadores no açougue. Fica claro que não havia as leis de proteção animal e, portanto, ele não cometia nenhum crime ambiental.

Logo estabelecemos amizade e fui honrado com seu convite para batizar um dos seus filhos com a Comadre Dalva. Perguntei sobre o sobrenome CAJÁ. Lembro que respondeu com a sinceridade que lhe é peculiar que o seu pai era o vaqueiro da Fazenda Cajá e daí o nome.  Devo voltar a esse tema para acrescentar outros fatos sobre essas três pessoas citadas. Em especial o da sua esposa Dalva, que ficou conhecida como a mulher que não tinha medo de cobra e até pelo contrário, sempre considerou as serpentes como amigas e companheira.

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