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Bertinho, Um Caatingueiro Arretado

PESSOAS
Autor: Max Brandão Cirne

Bertinho, Um Caatingueiro Arretado

 

Lá pras bandas do Distrito de Covas, pertencente ao município de Itiúba, vive refestelado em sua poltrona forrada com o mais puro couro de bode curtido, um tabaréu arretado e merecedor de reconhecimento público. Vive ali na sua fazenda comprada com suor e trabalho na dignidade da sua vida. Conheci o danado do sujeito quando eu era ainda mais jovem e ele não tinha os cabelos já prateados e esbranquiçados que lhe denunciam a maturidade e a existência itiubense.        

Sujeito atrevido, fez o curso primário com as professoras de Itiúba, sua terra natal, algumas elas que se tornaram, mais tarde, também minhas professoras, que lá tivemos muitas e boas professoras abnegadas de verdade, sim. Pois bem. O sujeito possui uma cabeça de dumbo, uma memória de elefante e uma inteligência paquidérmica!  Apesar de ter nascido entre a serras da itiubinha dos amores (Serra geral), o danado, ainda muito jovem, resolveu prestar concurso público para Coletor Federal quando logrou ser aprovado em primeiríssimo lugar em todo o Brasil. Foi, o cabeça de elefante, para alegria de todos, exercer a coletoria em Itiúba, exatamente sua terra natal, o que fez por vários anos, até que foi por merecimento puro, sem compadrio e sem protecionismo, ou apadrinhamento escolhido para ser o Delegado do Ministério da Fazenda, passando o tal sujeitinho a mandar e desmandar com muita capacidade administrativa nos Estados da Bahia e Sergipe. Não se tornou nenhum boçal como costumam fazer os “bostéticos” quando assumem cargos de nomeada, tal a magnitude do sujeito Bertinho. Humilde, embora despachasse ao lado do Ministro da Fazenda do seu tempo, o sujeito sortudo do Bertinho, pelo merecimento e capacidade, ajudou a muitas centenas de itiubanos (itiubenses), dando-lhes empregos no ministério da Fazenda, como pude testemunhar, existindo, no seu tempo, tanto itiubeiro (itiubense), pelos corredores que chegavam a trombar as cabeças umas nas outras.

Bertinho foi um meteoro que riscou e iluminou os céus de muita gente em Salvador em especial, e, continua a ser uma cabeça de paquiderme a inventar, experimentar e sonhar como se fosse um moleque parado no tempo da infância, desses sonhadores em melhorar raças geneticamente, seja como divulgador com sua ONGSERRADEITIÚBA teimosamente a se negar a viver sua aposentadoria merecida. Digo que, se você quiser comer uns pitus cevados e conhecer a fazenda do sortudo Bertinho, é só aguardar na fila, pois, tem muita gente que deseja fazer isso. Lá, certamente no semiárido estará ele, chapéu de couro na cabeça, já ficando careca, alparcata “salga- bunda”, gibão curtido de vaqueiro sertanejo entre cantos e aboios merencórios. Entre cabras e jumentos, vacas e carneiros cuidando para poder degustar ensopados deliciosos de bodes, principalmente aos domingos, sem contar que sua especialidade é requintar e refinar o apetite com bodes engordados especialmente com o alecrim do sertão que dá sabor especial à carne que o cioso e aposentado Bertinho degusta para nossa inveja e olhos grandes além de pidões. Ele merece. Mas vamos deixar o homem em paz, pois é sabido que o sujeito vive e curte a mais prolongada lua de mel, nas quebradas da caatinga, aproveitando a lua mais brilhante dos céus do Brasil, com sua afável esposa, que não deixa o sujeito ficar velho. Eta vidão, em Bertinho? Cabra sortudo! 

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