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Copas do Mundo em Itiúba de 1958 a 1970
FUTEBOL
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

As Copas do Mundo sempre tiveram uma aura mágica em Itiúba. Foram momentos de união e torcida, que marcaram épocas e se entranharam na memória coletiva. Minhas lembranças começam em 1958, quando eu tinha 16 anos e o mundo descobriu o talento extraordinário de Pelé. Certamente devo ter ouvido transmissões de edições anteriores, mas, como todo adolescente, minha mente estava ocupada com outras aventuras juvenis. Foi a partir de 1958 que os Mundiais passaram a ocupar um espaço especial na minha vida.
A Copa de 1958: O nascimento de uma lenda
Naquele ano, o torneio contou com a participação de 16 países, reunidos na Suécia. Sem televisão para exibir as partidas, acompanhávamos os jogos pelo rádio, em ondas curtas. As casas daqueles que possuíam rádios a pilha eram quase templos: os torcedores se aglomeravam, atentos a cada palavra do locutor. Foi assim que assisti, com o coração acelerado, ao embate emocionante entre Brasil e União Soviética, jogo marcado por uma atuação brilhante de Garrincha em sua estreia em Mundiais. Com seu estilo imprevisível, ele driblava adversários, avançava pelo campo e passava a bola com precisão para Vavá transformar jogadas em gols. Ali, o Brasil começou a escrever sua história no cenário do futebol internacional, conquistando seu primeiro título e apresentando Pelé ao mundo.
A Copa de 1962: Garrincha, o herói improvável
Quatro anos depois, no Chile, o Brasil estava determinado a manter o título. Mas logo no segundo jogo, Pelé sofreu uma lesão contra a Tchecoslováquia e não pôde mais entrar em campo. Foi então que Garrincha assumiu a responsabilidade de liderar a seleção, tornando-se o herói daquela edição. Suas jogadas desconcertantes e gols decisivos garantiram a vitória brasileira. Na final, novamente contra a Tchecoslováquia, vencemos por 3x1, consolidando o bicampeonato. Garrincha jogou a partida, apesar de ter sido expulso no jogo anterior – uma curiosidade que só aumentava seu status de figura emblemática.
A Copa de 1966: Um ano de decepções
Em terras inglesas, no berço do futebol, o Brasil viveu uma campanha que ficou longe das expectativas. Em apenas três jogos, acumulamos uma vitória e duas derrotas, encerrando nossa participação no 11º lugar entre os 16 países. Foi uma Copa amarga, mas ainda assim parte das memórias daqueles tempos.
A Copa de 1970: O auge de Pelé e o início de um novo capítulo
A edição de 1970, realizada no México, trouxe uma revolução: foi a primeira transmitida pela televisão. Itiúba, ainda sem sinais televisivos, viu os moradores se deslocarem até Senhor do Bonfim para assistir às partidas. Nas poucas casas que possuíam TVs, os cômodos ficavam lotados de torcedores, compartilhando a emoção diante da pequena tela. Essa Copa foi um marco. Foi a última de Pelé e aquela que assegurou ao Brasil o direito de ficar com a Taça Jules Rimet para sempre – infelizmente roubada em 1983 e nunca recuperada. Foi também minha despedida das Copas acompanhadas na Boa-Terra, já que, pouco depois, mudei-me para Salvador, onde vivo até hoje.
Ah, as memórias dessas Copas são mais que preciosas; são fragmentos de um tempo onde o futebol era mais do que um esporte – era uma celebração compartilhada, um símbolo de identidade nacional. Hoje, ao revisitar essas lembranças, sinto a vibração dos rádios, os gritos dos torcedores e a magia que o futebol sempre trouxe para nossas vidas.
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