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Medidas Caipiras
FESTAS
Autor: Herbert Pinto de Carvalho
Quando jovens somos aventureiros e destemidos. Assim eu e o primo Tonho Chapéu não perdíamos festas nas fazendas próximas. Quase sempre eram realizadas nos sábados. Comemorava-se tudo, desde casamentos, nascimentos, batizados ou mesmo a volta de um parente ao seio da família. Normalmente não havia convite.
Essas festas eram iluminadas com o famoso “candeeiro placa” alimentado a querosene, que dispunha de uma lâmina metálica como refletor de luz. Para não apagar com o vento tinha um tubo de vidro em forma de cano. Clareava pouco, daí a razão do uso também do “bibiano”, que era candeeiro feito com lata usada, com fundo redondo e em forma de funil com o pavio de algodão ensopado de querosene. Produzia luz fraca e muita fumaça. Todos que dançavam nessas festas ficavam, pela manhã, com uma bela mancha escura no nariz, resultado da fuligem.
Rememorar esses fatos é uma maneira de ativar a memória com boas recordações de uma época sem violência, que, permitia andar a pé, de bicicleta ou a cavalo sem perigo.
Nunca esqueci um fato curioso ocorrido comigo e Tonho Chapéu. Aconteceu numa noite escura ao sair da cidade por volta das 19 horas, com destino à Pindoba. Conhecíamos o caminho, mas, por ser noite sem lua, após meia-hora estávamos perdidos. Sem saber que rumo tomar, resolvemos seguir em frente. Quando as esperanças chegavam ao fim, apareceu um homem simples, porém, metido a bem-falante, que vinha a pé em sentido contrário ao nosso. Depois dos cumprimentos de praxe, apelamos para o solitário caminhante e perguntamos se estávamos longe da Fazenda dos Pretos. Surpresa das surpresas. Ele respondeu assim: - Fica logo ali. E apontou no escuro em direção ao desconhecido. E finalizou dizendo: - Se passar de "quilome" é "centimo" e se não for "centimo" é "milimis . Deu Boa Noite e nos deixou tontos e sem opção a seguir. Decidimos voltar para casa cansados e sem dançar um bate-barriga saudável e acolhedor. Simplesmente entramos numa fria para pagar o pecado de querer aproveitar as delícias mundanas de um namorico ao som de uma sanfona-pé-de-bode.
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