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A Prima Pobre do Acordeon
FESTAS
Autor: Valmir Simões
Naquele tempo nossas festinhas de ponta de rua, em Itiúba, tinha algo de especial. Não sei bem definir o porquê. Éramos considerados, como: ”Ele é filho de fulano de tal”, “É de tal família”. Na verdade, não nos aproveitávamos dessa situação para levarmos vantagens em alguma coisa. Ao som da sanfoninha “Pé de Bode”, a verdadeira prima pobre do acordeon, os rostos colados e suados, mãos grudadas e corpos unidos, rodopiavam no salão, até altas horas da madrugada. Nos rápidos intervalos a garota permanecia junto. Conheci um velho amigo, dos tempos da Rádio Cultural, quando as festas aconteciam por lá, que não largava um momento sequer a dama. Ainda me lembro dela, alta, esguia, sorridente, um tanto espalhafatosa, mas uma pessoa muito interessante, uns diziam que era namorada dele e ele negava. E assim, com o decorrer do tempo, o som dos oito baixos, considerado como sanfona de pobre, foram sendo substituídos pelos acordeons, com muito mais capacidade.
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