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A Feira do Sábado

FEIRAS E EXPOSIÇÕES
Autor: Valmir Simões

A Feira do Sábado

   

O sábado em Itiúba era muito movimentado. Era o dia da feira da cidade para onde vinham comerciantes de toda a redondeza, tanto dos distritos do município: Covas, Cacimbas, Picos, Camandaroba, Pedra Solta, etc., como, também, de cidades vizinhas, cansanção, Monte Santo, Queimadas, Bonfim, etc. Na feira se encontrava de tudo. De Cansanção vinham barraqueiros que vendiam miudezas, tecidos, artigos de armarinhos, perfumaria, etc. Eu me lembro muito bem de alguns produtos usados na época que eram vendidos nessas barracas: Óleo de Ovo, (indicado para crescer o cabelo e amaciá-lo) Brilhantina Glostora (produto para dar maciez no cabelo e auxiliar o penteado) Vaselina Perfumada (também para o cabelo), perfumes Extrato de Flores, Dirce (acondicionado em pequeno flaconete com uma tampinha de borracha), Casa Blanca, Cashmere Bouquet, sabonetes Vale Quanto Pesa, Eucalol (a garotada adorava este sabonete para colecionar estampas), Gessy, Lever. Afinal de contas, os barraqueiros vendiam de tudo que se imaginasse. Enquanto isso, o movimento do comércio fluía normalmente e os comerciantes também faziam bons negócios. Grandes lojas como Loja Elegante de Josias Carvalho, Loja do Sr. Augusto Moura, Loja do Sr. Cícero Marques, O Barateiro, O Bazar Popular do Waldo Pitanga e muitas outras casas comercias da cidade, era, na verdade, um grande comércio na época. Da Serra de Itiúba vinham verduras, frutas, café. Da região da Pindoba: farinha e todos os produtos oriundos da mandioca.

O matuto da caatinga era chamado de “tabaréu” e o trabalhador da região de Camandaroba de “cassaco”, porém não sei explicar o motivo. Na Praça da Igreja, perto da casa comercial do Sr. Nicomedes Pires (Nino), ficava um retratista “Lambe-Lambe” tirando fotos 3x4 com uma antiga máquina. Para tirar a foto, o retratista mergulhava a cabeça e as mãos em uma espécie de saco de pano preto preso à máquina. Antes, porém, mandava o cliente vestir um velho e amassado paletó e sentar-se em uma cadeira, tendo como pano de fundo um lençol de chita preso com pregos na parede. Após fazer os ajustes na posição correta do indivíduo, ele falava: - Atenção, lá vai!!! Em seguida dava um prazo de no mínimo uma hora para pegar as fotos. Imediatamente ele colocava a foto em uma bacia com água e produtos químicos e depois de alguns minutos a pendurava em um cordão com prendedores de roupa. Ficava aquele monte de caras no sol, aguardando a secagem. O cliente, algumas vezes, até duvidava que o fotografado fosse ele mesmo, em razão da má qualidade da foto. Coisas daquele tempo.

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