A Fazenda do Estado ficava a cerca de três quilômetros do centro da cidade. Ela foi fundada visando melhorar o rebanho de ovinos e caprinos da região, e funcionou por muitos anos. No entanto, como muitas vezes acontece no Brasil, a fazenda foi abandonada e, finalmente, ocupada pelo movimento dos sem-terra. Os sem-terra tornaram a fazenda produtiva novamente, e hoje ela é uma importante fonte de renda para a comunidade.
A fazenda era bem cuidada e tinha bonitos currais, depósitos, escritórios, casas para empregados e a grande e bela residência do engenheiro-chefe. Um engenheiro chamado Antônio administrou a fazenda durante algum tempo e sempre comemorou o dia de seu aniversário (13 de junho) com uma festa junina próximo de sua residência, para onde muita gente da cidade se deslocava naquela data. Dois colegas meus de escola, os irmãos Nilton e Adilson Cabral, moravam na fazenda porque eram filhos do veterinário. Eles moravam em uma casa que ficava bem próxima do portão de entrada.
Outro engenheiro que dirigiu a fazenda durante muitos anos foi o Dr. José Leandro Bonfim Lago, Dr. Lago como era conhecido. Ele gostou tanto de Itiúba que se casou com uma filha da cidade, Aidil Azeredo, minha irmã. No início, o Governo Estadual dava tanta importância ao projeto que o primeiro motor-gerador de energia elétrica foi instalado inicialmente lá e só mais tarde transferido para a sede do município.
A fazenda é um importante símbolo da história de Itiúba. Ela é um lembrete de um tempo em que o Governo Estadual dava importância ao desenvolvimento rural, e também é um símbolo da luta do movimento dos sem-terra por terra e justiça social.