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O Cheiro da Bodega
ESTABELECIMENTOS E EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS
Autor: Antônio Ricardo da Silva Benevides
Ainda criança eu gostava de visitar e analisar as casas comerciais de Itiúba. Todos sabem que entre os anos 50 e 60 as Lojas Elegante e a Loja do Aurino, eram as maiores e mais sortidas de Itiúba. Mas eu quero comentar é a respeito das bodegas, aquelas que exalavam o cheirinho tradicional. Inicialmente gostaria de dizer que as bodegas que mais me marcaram foram as seguintes: a bodega do delegado Tibério; chegando lá, logo deparávamos com um balcão repleto de velhos jornais, poucos litros de raiz de pau, vinho de Jurubeba Leão do Norte, Catuaba, Super-quentão, Conhaque de Alcatrão São João da Barra, alguns pacotes de Arrozina, Maisena e sabão em barras expostos nas prateleiras de madeira e também uma lata com torneira contendo querosene. As paredes eram decoradas com propagandas de pasta dental Kolipe, Gillette, Creme Bozzano, Sulfato Ferroso, Óleo de Peixe Boi, Pílulas de Vida Dr. Ross, além das propagandas de candidatos do PSD, com destaque para o prefeito Wagner Melo Santos. Não faltavam gatos repousando sobre sacos de ouricuri e mamona. A bodega do Marinho Moreira, era a que possuía o cheirinho mais peculiar, bem sortida e sobre o balcão, papel almaço e ao lado, um rolo de fumo “tabaco” e uma velha faca enferrujada, presa em um pedaço de madeira, alguns gatos perambulando embaixo do balcão, além de caixões de madeira contendo milho, feijão e farinha. O Bazar Popular, não exalava o mesmo cheirinho, pois, com outras variedades de produtos ali existentes, a exemplo do carbureto, o recinto variava o odor. A minha curiosidade, era ver o rosto do proprietário Valdo Pitanga, que não atendia a ninguém, ele deixava os caixeiros fazer as vendas e ficava sentado em um banco alto por detrás de uma móvel tipo estante, repleto de cartelas de gilete, cortador de unhas, novelos de linha e tantos outros produtos, restando-lhe apenas um pequeno orifício, onde ele assistia a tudo que acontecia no balcão, sem ser percebido pelos clientes. Eu, como sempre, fui um menino traquino, descobri essa atitude inteligente de um comerciante que administrou um dos maiores estabelecimentos comerciais de Itiúba, durante muito tempo.
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