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O Que Leva Um Velho

ESCOLAS
Autor: Max Brandão Cirne

O Que Leva Um Velho

 

 

O que leva um velho a rememorar o passado e desandar a falar em professores antigos? Claro que é a gratidão recheada de agradecimentos. Assim, volta e meia me vejo diante das recordações dos meus professores tão especiais, a se contar a Professora Zenaide do 1º e 2º primário, na Escola Goes Calmon em Itiúba. Seguiu-se no 3º ano a Professora Francina, mestra severa que não dispensava umas boas reguadas. Quanta saudade daquelas reguadas na cabeça e ombros. Mas tudo pelo bem da gente. No 4º e 5º ano tive a grande maestra Lígia Carvalho, então esposa do Senhor Muti de Carvalho. Ah! Professora Lígia sempre levava para minha mãe, durante a feira do sábado, o meu comportamento. Cuidados que hoje quase não se encontram mais. Mas afinal o que os tornava tão especiais? Cursos, quase não faziam. Sabiam ensinar, tinham motivações, não eram considerados “sacerdotes”, mas recebiam dignamente. Nossas mães nos ensinavam que eles eram as “nossas mães” e “pais” na escola.

Quanta afetividade, quanto amor! Não existiam tiros, facadas, agressões, armas, bocas de fumo, e outras coisas da escola atual. Bulling nem se falava! Aluno não atacava, não cuspia, nem matava professores, o mesmo ocorrendo com os alunos entre si! Por quê? Ah! Nossos pais nos davam a base da educação caseira. Havia cuidado e diálogo franco, sem contar a indefectível palmatória da minha infância. Benditas palmatórias. Quem não as recebeu com gratidão! O resto do dia íamos para a chamada “escola particular” estudar na base do “caroço de milho, do feijão e da boa palmatória”. Era o que hoje se chama de “banca”, “reforço”, etc. Lembro-me de Professora Juju, Professor Sinhozinho, que com suas dedicações preparava a todos para as aulas na escola pública digna que tínhamos. Ocasionalmente íamos para o castigo. Ninguém revoltado e, por onde anda este sessentão e uns, de vez em quando topa com um cidadão que venceu na vida. O que os tornava seres especiais? Sabemos a resposta, porém prefiro que o leitor conclua. Todos os meus Mestres já estão devidamente plantados na terra (mortos). Mas, o que faz um velho não os esquecer e agradecer a Deus por ter mais que sorte, privilégio? 

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