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Blog
Revista O Cruzeiro
ENTRETENIMENTO
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

Durante muitos anos da década de 1960, a revista “O Cruzeiro” foi a principal – talvez a única – fonte confiável de informações externas para uma pequena cidade do interior da Bahia. Sua chegada semanal era aguardada com grande entusiasmo, consolidando seu papel como uma janela para o Brasil e o mundo.
Cerca de 40 exemplares da revista chegavam pontualmente pelo correio, destinados ao meu irmão Bertinho, Agente Distribuidor Autorizado. Ele, por sua vez, contava com a ajuda de meninos remunerados para entregar as edições às famílias assinantes, disseminando o conteúdo tão aguardado. A revista “O Cruzeiro” foi um ícone editorial, reconhecida como a mais lida e vendida do país, com sua primeira edição lançada em 10 de novembro de 1928 e sua última publicada em julho de 1975.
Os conteúdos diversificados e envolventes da revista permanecem vivos em minha memória. Havia “O Amigo da Onça”, com suas piadas rápidas e mordazes; o irreverente “Pif-Paf” de Millôr Fernandes; o sofisticado “Dr. Macarra” de Carlos Estevão; além de reportagens intrigantes sobre discos voadores e narrativas fascinantes que exploravam a vida glamourosa dos astros e estrelas de Hollywood. Também eram destaque os brilhantes artigos de grandes nomes da literatura brasileira, como David Nasser e Rachel de Queiroz.
Outros conteúdos memoráveis incluíam as grandes reportagens sobre os concursos de Miss Brasil – especialmente o protagonizado por Marta Rocha –, a trágica morte da jovem Ayda Cury, os emblemáticos Bailes de Fantasia dos carnavais cariocas, a visita do Presidente do Brasil a Portugal e os avistamentos de discos voadores em território brasileiro. Cada edição era um mergulho em temas variados e marcantes, cativando leitores de todos os perfis.
Embora “O Cruzeiro” tenha deixado de circular há muitos anos, sua presença foi determinante para elevar, ainda que modestamente, o nível cultural daquela cidadezinha perdida no interior da Bahia. Sua influência permanece como um testemunho do impacto que a informação e o entretenimento de qualidade podem exercer sobre comunidades pequenas e distantes.
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