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O João Prequetá
ENGRAÇADAS
Autor: Ivan Lemos de Carvalho
I
O personagem chamava-se João Prequetá. Aliás, chamava-se, não. Chamavam-no. Morava naquela rua que começava ali pela casa de João do Rio (pai do Aaaaarmando Riiioos, um dos locutores da Rádio Cultural de Itiúba) e ia até perto da cancela da então fazenda modelo do Estado, na época chamada simplesmente "O Estado". A rua, ainda naquela época, tinha um lado só – o outro lado, mais próximo da ferrovia, não tinha casas. E no lado em que havia casas, a rua era bastante desdentada (havia espaços vazios, terrenos desocupados). João Prequetá morava nessa rua, diz a minha memória (é bom conferir) e durante anos (sei lá, talvez décadas) viveu e provavelmente proliferou com fiel companheira (eu suponho) com a qual não casara de papel passado nem decreto de padre. Ele, o João, nosso personagem, não o padre José, cultivava (mas não muito) um bigode de vassoura, à moda Sarney, mas vassoura de piaçava. Via-se, no entanto, que não o escovava com o esmero com que o faz o nosso ex-presidente da República. Talvez nem tivesse escova. Era, o do João Prequetá, um bigode embaraçado e, porque não dizer, embaraçoso.
Bem, ocorre que na mesma rua, mais adiante, quase no fim da rua, morava um Benedito, homem já idoso, honrado e ainda de labor, que vivia com sua eterna companheira Mariana, tão desdentada quanto a rua. Claro, Mariana do Benedito. Ambos tão humildes, até mais, se isso fosse possível, do que o personagem principal dessa história. A professora Lygia costumava, tipo uma vez por semana, ir fazer uma visita à Mariana de Benedito, frequentemente acompanhada de meu pai João Mutti e de algum filho (geralmente eu). As visitas eram também um pretexto para levar uma farta quantidade de pães. Um dia, Lygia (ela que me perdoe, sei que não concordaria em que isso fosse parar na Internet) contou, rindo, ao filho Ivan o que Mariana de Benedito comentara sobre um discreto e, para ela, absolutamente surpreendente casamento de João Prequetá e sua companheira de tantos anos.
– Dizem que foi para limpar o nome. Mas foi um "busunto".
Até hoje não atinei com a razão desse conceito.
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