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O Dia do Peru
ENGRAÇADAS
Autor: Valmir Simões
Naquele dia todo o esquema estava armado para mais uma noitada de farra com a turma de sempre. Não poderiam faltar a bebida e o tira-gosto. Quando a luz elétrica da cidade apagou, saímos a procurar um franguinho para assá-lo na padaria. Passamos em frente aos dois bares da cidade (do Carlos Pires e do Zé Dantas) que permaneciam com clientes. A iluminação deles, naquele horário, era feita na base da famosa Petromax, o meio mais prático de ter uma boa luminosidade nas casas comerciais.
A turma foi dividida para não despertar a curiosidade das pessoas que naquela hora da noite ainda se deslocavam para suas residências. Mais adiante, por assobios, a galera se juntou e seguiu para o seu destino que era o Bairro do Calumbi.
Passamos por um beco próximo à casa do Sr. Cícero Marques e, logo adiante, em vez de franguinho, nos deparamos com um enorme peru que não ofereceu muita resistência, sendo forçado a nos acompanhar até o nosso esconderijo (Inferno 17).
O peru era enorme. Era carne demais para a quantidade de participantes. Sofremos muito para depená-lo e tratá-lo. Todas as penas e partes não aproveitáveis foram enterradas junto ao tamarineiro, local chamado cemitério de penas. Muitos amigos daquela época lembram muito bem do local e de todas essas histórias.
Quanta saudade daquele tempo de farras, bagunças e brincadeiras que a juventude de hoje em dia jamais terá condições de pelo menos imitar.
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