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Irmãos Gêmeos 2
ENGRAÇADAS
Autor: Ivan Lemos de Carvalho
Achei excelente, mais do que isso, genial mesmo, o relato do primo Valmir Simões sobre os gêmeos José e Juca, respectivamente pai e tio dele, meus primos mais velhos, duas pessoas por quem tive grande estima. Confesso que já havia namorado a ideia de contar a pequena parte que sabia dessa história, mas estive sempre consciente de que, por melhor que ela fosse, só uma pessoa tinha o direito de contá-la. E esta pessoa era o Valmir.
Agora que ele contou, porém, acho que dá para lembrar três coisas que devem ter passado batidas pela memória, na hora em que ele estava escrevendo. Uma é que Juca, que vendeu a mim e a meus três irmãos, todos ainda crianças, os primeiros cigarros que fumamos, da marca Astória (naquele tempo, não se sabia que cigarro era essa coisa ruim), entre seus sestos, cheirava compulsivamente os produtos que vendia, mesmo quando se tratava de pão (o que deixava o freguês numa situação um tanto incômoda), mas não dispensava intensas cheiradas na caderneta em que anotava as vendas.
De Zé Simões, entre seus sestos, dos quais eu nem sabia, Valmir contou todos, menos um, exatamente o que eu percebera. Como era notório, Zé Simões não tirava o chapéu de feltro, mesmo quando dentro de sua casa comercial. E, com uma certa frequência, sempre de surpresa, apontava o dedo indicador da mão direita para cima, como se fosse o cano de um revólver, e dava um tiro ruidoso e certeiro – tíííí – na aba do chapéu. Que eu saiba, jamais errou. Também, que eu saiba, jamais o chapéu caiu. Bem, na primeira fase de suas vidas, quando o Valmir nem sonhava em nascer, José e Juca estiveram juntos na barriga de minha querida tia Mariquinhas. Bem, ela garantia que um deles havia dado um pontapé no outro, lá dentro. Ela sabia exatamente, e disso não fazia nenhum segredo, quem foi o Pelé e quem foi a bola. Eu é que não me lembro. Mas como, segundo Valmir e a observação de todos os seus contemporâneos, Juca era de natureza quieta e José era de movimento...
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