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A Festa de Casamento

ENGRAÇADAS
Autor: Valmir Simões

A Festa de Casamento

   

Certa vez um dos nossos amigos recebeu um convite para uma festa de casamento no Bairro do Alto Bonito. Por achar que sozinho não iria sentir-se a vontade na festa, ele mesmo estendeu o convite à galera. Éramos oito e ele fez apenas uma observação: – Comportem-se bem, pois estarão lá mais como penetras do que como convidados oficiais. Ao chegarmos ao local ficamos espantados. Era uma casa de chão batido, iluminada por dois candeeiros com grossos pavios que soltavam muita fumaça. Havia, na verdade, uma mistura de fumaça e poeira no ar que chegava a sufocar. Por vezes, nos intervalos entre uma dança e outra, para diminuir a poeira, jogavam água na sala, e, naqueles momentos, todos ficavam do lado de fora da casa.

O Zuca, que fazia parte da turma, foi dar uma volta ali por perto e logo chegou dizendo que existia uma vendinha do outro lado e era melhor a gente ir para lá porque na festa estávamos apenas olhando o pessoal dançar ao som de um violão e um pandeiro, sem beber nada. Fomos todos para o boteco e lá chegando encontramos, em cima do balcão, uma gamela de madeira cheia de linguiça de porco e carne de salpresa. A iluminação era a mesma da festa, isto é, à base de candeeiro. Toda a vez que o comerciante ia passar um troco, levava o candeeiro para iluminar a gaveta onde estava o dinheiro e deixava o balcão “às escuras” e a galera aproveitava para pegar linguiças sem pagar. Do lado de fora do boteco pude observar um que já estava com uma verdadeira barriga postiça feita de linguiça. Outro conseguiu pegar três garrafas de bebidas. Devidamente abastecidos fomos para o famoso inferno 17 (nosso esconderijo) e no meio do caminho descobrimos que a bebida não era a pinga tão desejada e sim três garrafas de vinagre que foram surrupiadas, por engano, no escuro do boteco. Resultado, sem bebida e dinheiro para comprá-la, fomos forçados a guardar a linguiça para outro dia.

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