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O Dinheiro

DIVERSOS
Autor: Humberto Pinto de Carvalho

O Dinheiro

 

Estamos escrevendo cada um contando a sua história ou o seu momento inesquecível. Vamos abordar o assunto dinheiro, que sempre foi a preocupação do rico e do pobre, que pode enriquecer o Projeto Memória de Itiúba quando algum itiubense lembrar de qualquer episódio relacionado a este assunto.

Lá para os idos do século XVI, as moedas que circulavam na Brasil Colônia eram cunhadas em Portugal. Quando da união das Coroas de Portugal e Espanha, foram gradativamente substituídas pelas hispano-americanas que permaneceram em circulação por duzentos anos. No início do século XVII as moedas de “8 reales” hispano-americanos valiam 320 réis. É bom salientar que a unidade monetária era o real, tendo como múltiplos os reais, apelidados de réis. Em 1695 surgiu a Casa da Moeda da Bahia, controlada pela Colônia, que passou a cunhar moedas de 1.000, 2.000 e 4.000 réis em ouro. Em seguida foram criadas as Casas da Moeda do Rio de Janeiro e Pernambuco que por sua vez cunhavam moedas de prata de 20, 40, 80, 160 e 320 réis e a mais conhecida de 640 réis, chamada Pataca. Com a expulsão da Família Imperial (para alguns brasileiros e estou entre eles, ato de vingança política) é instalada a República em 1889. Mudou o regime, mas nada mudou no padrão mil réis. Continuou a denominação e tinha até “um conto-de-réis, valendo um milhão de réis”, coisa para os Barões da época. Em 1936 ocorreu a última emissão do “mil réis” papel-moeda. Somente em 1938 a Casa da Moeda do Rio de Janeiro passou a cunhar as moedas de níquel em homenagem à Constituição de 1937. As cédulas eram impressas pelo American Bank Note Company até 1947. Em 1948 passaram a ser impressas pela Thomas de La Rue & Co.Ltd. Somente em 1961 é elaborada e produzida a cédula com a estampa de um índio na Casa da Moeda do Brasil. Em 1964 o Banco Central fica como responsável pelas emissões e controle do sistema financeiro brasileiro. Em 1966 surge a cédula de 10 mil cruzeiros com retrato do inventor Santos Dumont. Entre 1967 e 1970, em face da desvalorização do meio-circulante, é criado o CRUZEIRO NOVO. Simples ato burocrático que não resolveu o problema da inflação, forçando nova mudança para o CRUZEIRO que sobreviveu de 1986 a 1989. Todas as cédulas foram carimbadas com o novo nome da moeda. Em 1990 é estabelecido o CRUZADO NOVO. Em 1993 veio o CRUZEIRO-REAL. Finalmente, em 1994, para controlar os crescentes índices da inflação que chegou a 3.700% ano, apareceu o indexador econômico chamado de URV (Unidade Real de Valor), que manteve o CRUZEIRO-REAL, até julho de 1994. Com o sucesso desta medida os preços se tornaram estáveis, transformando a URV no REAL de hoje. Esperamos que este REAL mantenha o seu real valor no mínimo por duzentos anos, como aconteceu com as moedas hispano-americanas e inspire os conterrâneos a contar algo sobre o vil metal.      

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