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Eutímio e o Zeca Cotó: A Briga

DIVERSOS
Autor: Max Brandão Cirne

Eutímio e o Zeca Cotó: A Briga

 

Era uma vez em Itiúba. Os personagens chamavam-se Eutímio – homenzarrão pele banca, de pouca ou nenhuma letra, empregado do Açougue Municipal de Itiúba. Entrava prefeito, saia prefeito e o senhor Eutímio ali firme no seu ofício de cuidar do açougue, local em que se concentrava a venda exclusivamente de carnes de bodes, vacas e porcos. Entrava verão, saia inverno e, lá estava o senhor Eutímio com seu indefectível chicote. Era um homem um tanto ou quanto malvado. Quando os cães estavam cruzando na frente do açougue, ele, sem pena nenhuma, media o chicote bem em cima do pênis do cão engatado e tome-lhe açoite sem dó nem piedade. Respeitado, entortou o cangote e deu para ficar valente. Era mesmo muito mais ignorância do que valentia mesmo. Barba branca e fechada passava a ideia de um homem trabalhador e pai de família. Mas, era um puxa-saco a garantir o salário que a prefeitura lhe pagava. Carregava água para lavar o prédio e ele mandava no açougue como um paxá refestelado, sempre solícito ao prefeito e as ordens.

Existia um senhor conhecido por Zeca Cotó, corpulento, baixo e atarantado, andava sobre duas muletas, possuía pernas finas vitimadas por alguma paralisia em algum tempo da sua vida. Pedia esmolas na porta do açougue. Um dia “seu” Eutímio cismou com o moço. Começou uma discussão chegando as vias de fato. O Zeca não andava. Arrastava-se e ficava sempre sentado no passeio a pedir suas esmolas. Não era querido do povo que era obrigado a dar, a contra gosto. As mulheres detestavam-no, pois possuía fama de desrespeitador de damas. Uma discussão tem início entre “seu” Eutímio e o Zeca não se sabe d’onde, nem por quê. O Zeca era corpulento, embora baixinho. “Seu” Eutímio corpulento e alto. Zeca agarrou e segurou nos “bagos” como se chamava nos sertões, os testículos, do “seu” Eutímio, enquanto este gritava, berrava e urrava a ponto de quase desmaiar. Não os largava. Homens acorreram em socorro do “seu” Eutímio que berrava feito louco, inerte e quase a desmaiar de dor. Quase sai castrado pelo Zeca Cotó. Mais tarde, se soube que o “seu” Eutímio desejava afastar o Zeca do seu ponto. “Seu” Eutímio quase morre e perde os testículos. Quase os bagos do “seu” Eutímio eram perdidos na porta do açougue de Itiúba. As mãos do Zeca pareciam duas torqueses.

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