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O Carneiro do Carlinhos III

CURIOSIDADES
Autor: Hugo Pinto de Carvalho

O Carneiro do Carlinhos III

 

Com o título acima e quando este Site foi criado, eu contei a história de um garoto que inovou em Itiúba percorrendo as ruas da cidade montando um carneiro branco no final da década de 1950.  Estava me referindo ao amigo de infância e colega da velha Escola Góes Calmon, Carlos Alberto Dias Lima, ou mais precisamente, Carlinhos do Dr. Nogueira, do qual havia perdido contato desde que o mesmo se mudara para Salvador no final da década de 1950 e eu para Feira de Santana na década de 1970.

Passados todos esses anos, eis que, o então hoje cidadão com seus 76 anos (somos da mesma idade), descobre este Site, “Itiúba do meu tempo”, e numa agradável surpresa restabelece o contato com seus velhos amigos de infância e agora ele próprio conta de maneira emocionante como o “Bogarim” - esse era o nome de seu carneiro de montaria - surgiu em sua vida de criança feliz na inesquecível Itiúba. E como eu sou testemunha ocular dessa história, como costumam dizer os cronistas de plantão, seu relato bonito e comovente vem trazer mais recordações de nossa infância alegre e saudável vivida em uma pequenina cidade perdida nos sertões da Bahia em uma época em que a energia elétrica era fornecida precariamente por um velho motor americano caterpílar da Prefeitura e cuidado pelo mecânico Antônio Mota e seu fiel escudeiro João Três Quinas, e funcionava somente à noite, das 18:00 às 22:00 horas. Crianças tinham que voltar para casa antes disso, ou teriam que enfrentar a escuridão e assombrações.  A água potável só era conseguida em distantes cacimbas, e carregada em barris de aduelas, em lombo de burros e jegues, ou transportada em latas na cabeça, conseguida de favor dos tanques de aço dos trens que passavam pelo centro da cidade. Também não havia na localidade sinal de televisão nem internet e muito menos telefone, e a principal diversão era o velho Cine Itiúba do Bertinho e os animados bailes da Sociedade Dois de Julho. Ainda assim, todo mundo era feliz e ninguém reclamava de nada.

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