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José Assis Diamantino e o Jornal
CULTURA
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

José Assis Diamantino de Assis nasceu em 6 de abril de 1911, na cidade baiana de Barra do Rio Grande, filho de Olegário de Assis e Cora Diamantino. Logo após seu nascimento, seus pais se mudaram para Juazeiro, onde construíram uma vida marcada pelo trabalho e dedicação. Olegário atuava como rábula e na Procuradoria do Município de Juazeiro, além de ser reconhecido como o fundador dos jornais Diário de Juazeiro e Juazeiro, que circularam nos primeiros anos do século XX. Cora, por sua vez, contribuía com seu talento como costureira, sustentando a família com suas habilidades.
Em 1926, aos quinze anos, José Assis lançou seu primeiro jornal, um pequeno periódico satírico chamado O Riso. Usando recursos modestos – um prelo velho, um cavalete e tipos desgastados que encontrou na casa dos pais – ele deu início à sua trajetória jornalística. Com o passar dos anos, acumulou experiência trabalhando em jornais como O Pharol de Petrolina e O Eco. Em 1932, lançou O Astro, um jornal satírico de quatro páginas. Pouco depois, em 1935, publicou O Banjo, dedicado à música e ao carnaval, e A Marreta, outro periódico daquele mesmo ano.
Em 1936, José Assis decidiu expandir suas atividades jornalísticas e mudou-se para Itiúba, uma cidade que estava em plena transformação, recém-emancipada de Queimadas no ano anterior. Foi lá que ele criou O Itiubense, cujo primeiro número circulou em novembro de 1936. A tipografia fundada por José também vendia revistas populares como Fon Fon, Cinearte e O Malho, além de revistas de moda, todas editadas no Rio de Janeiro.
O Itiubense era um semanário independente, com caráter noticioso e literário, apresentado no formato de folha de ofício. Suas páginas abrangiam uma ampla variedade de temas, incluindo notícias locais, regionais e internacionais, notas sociais, uma coluna chamada Ecrã, anúncios comerciais e, ocasionalmente, poemas. O jornal era estruturado em duas ou três colunas, com fios separadores para organizar o conteúdo de cada seção. Embora as fotografias fossem utilizadas, não apareciam em todas as edições devido aos custos elevados; no entanto, ilustrações eram uma presença constante.
Nessa época, Itiúba vivia um período de crescimento econômico, impulsionado pela arrecadação de impostos provenientes do comércio e das fazendas agrícolas. O centro urbano contava com lojas, armazéns, farmácias e uma escola. A vida cultural era enriquecida pela presença do Cine Ideal e de um centro filarmônico. Embora a energia elétrica ainda não tivesse chegado aos lares, uma usina termoelétrica supria as demandas do comércio e dos prédios públicos.
Durante sua existência, O Itiubense desempenhou um papel crucial na promoção de mudanças positivas para a cidade. Defendeu a criação e manutenção de áreas de lazer e apoiou iniciativas importantes, como o Cine-Teatro Ideal, construído por Manoel Pinto, que também foi responsável pela instalação de uma usina termoelétrica para abastecer Itiúba.
Apesar de enfrentar desafios financeiros, como atrasos nos pagamentos de anúncios e assinaturas, o jornal cumpriu sua missão de defender a cultura local e contribuir para o desenvolvimento da cidade. José Assis Diamantino faleceu em dezembro de 1970, deixando um legado jornalístico valioso que continua a ser uma referência na história de Itiúba. Seu trabalho marcou um momento crucial de transformação no município, provando que a imprensa pode ser uma força poderosa para o progresso e a preservação cultural.
(Nota do Autor: na redação desta crônica, utilizei-me de informações colhidas na internet, principalmente na Tese de Doutorado de Andrea Cristiana Souza, a quem agradeço, intitulada José Assis e as Tessituras do Moderno Jornalismo).
Obs: continue lendo sobre esse mesmo assunto clicando no link: Itiúba, o Cinema e o Jornal
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