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Itiúba e a Cultura que não Vingou
CULTURA
Autor: Max Brandão Cirne
Pouca gente, em aqui falando, se ler, certamente não conferirá credibilidade ao escrito, muito menos ao escrevinhador o que revelará. Quando se fala em cultura, devemos estabelecer a dicotomia que dela se faz, dividindo-a em cultura no sentido das práticas de cidades e comunidades e cultura no sentido acadêmico, portanto, nas suas diversas acepções.
E aqui quero e desejo exatamente fazer referência à cultura acadêmica, dizendo que o primeiro Teatro que adentrei em vida, foi lá, exatamente lá, na velha, distante e esquecida Itiúba dos nossos tempos. Não me recordo de muita coisa, pois era garoto, mas tenho recordação das suas paredes azuis, e, luxo dos luxos, o teatro se compunha de galeria, e, tenho a lembrança até de uma certa senhora que era atriz amadora, falecida muito recentemente. Recordo-me que as funções eram levadas a efeito durante os sábados. No tempo, salvo engano e recordação, não existia, ainda, o Cinema do Bertinho, que ficava na Rua principal, em prédio alugado ao senhor João de Castro, vendedor de pães, parece-me que tio do nosso amigo e falecido Valmir Simões e que, recentemente nos deixou para viver em outro mundo. Pois é, em Itiúba assistíamos a teatro fino e não era essa coisa estilizada e pedante, além de boçal, para não falar elitizada e distanciada do povo e que, além disso, obriga as pessoas a lerem críticas, a se certificarem dos amigos se vale a pena realmente comparecer para assistir a certas peças de gostos terríveis e duvidosas. Crescemos vendo o belo teatro que então se praticava e era barato, porém muito instrutivo. Parece que a vida cultural e acadêmica está se findando nos sertões. Que pena!
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