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O Nosso 8 de Dezembro

CRENÇAS, RELIGIÕES E SUPERTIÇÕES
Autor: Valmir Simões

O Nosso 8 de Dezembro

 

 

No meu tempo era assim, tinha que ter roupa e sapato novo para ir à igreja e a procissão, afinal de contas era o dia da Padroeira da cidade, a Imaculada Conceição Maria Santíssima, uma festa muito importante para a igreja católica que marca o início do ano litúrgico, uma das principais festas que antecedem o Natal, tenho boas lembranças daquela época.

Era armado um Parque de Diversões na Praça Nova, barraquinhas de palha de ouricouri com um pequeno balcão vendendo guloseimas, bebidas, no largo da igreja e adjacências, outras servindo de prisões para prender as namoradas e os namorados que pagavam uma pequena importância para a sua liberação, bancas de jogos de azar como roletas, bingos, não faltando a tradicional barraquinha do jogo do preá. A nossa Rádio Cultural exibia músicas românticas, para embalar os corações apaixonados. Tudo isso se passava entre os dias que antecediam a festa e, com mais ênfase, no próprio dia 8, a data maior.

Nos jardins em frente à Prefeitura casais de namorados trocavam beijos e abraços, outros de mãos dadas desfilavam garbosamente pela Rua Getúlio Vargas. Os dois maiores bares situados nas imediações da festa ficavam lotados de fregueses, era, na verdade, uma data festiva e de bons negócios. Não sei se presentemente ainda é assim. Lembro-me que no decorrer da procissão o andor com Nossa Senhora, a todo o momento passava de ombro, quem era o devoto que não queria ter o prazer de carregar a Santa no ombro? Outros saiam de onde estavam e faziam questão de tocar no andor e se benzer, era um motivo para agradecer e pedir proteção ao mesmo tempo. A data é muito significativa para nossa Itiúba, pela própria festa, como também é um bom motivo para os seus filhos visitarem parentes e amigos na boa terra.

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