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As Rezadeiras

CRENÇAS, RELIGIÕES E SUPERTIÇÕES
Autor: Valmir Simões

Em toda cidade do interior existem aquelas pessoas que, por razões que não sei explicar, possuem algo a mais que as outras. Em Itiúba não era diferente. Minha mãe tinha muita confiança em uma senhora que morava no Bairro do Calumbí. Eu ainda era um garotinho e, quando não me alimentava direito, era levado para a tal rezadeira que sempre tinha no quintal de sua casa umas ervas próprias para tal problema, como vassourinha ou galhos de pinhão roxo e me rezava açoitando, próximo ao meu rosto, as folhagens para lá e para cá, para cima e para baixo e depois dizia à minha mãe: - Este menino está carregado de olhado, olha aí as folhas como estão murchas. E rezava o Pai-Nosso e a Ave Maria e depois me levavam para casa. Acreditando ou não, eu melhorava realmente. Como dizem os mais velhos, mais vale a fé do que o pau da barca.