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A Lapinha do Natal de Itiúba
COMEMORAÇÕES E FESTAS
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

A tradição católica atribui o surgimento do presépio ao século XIII, quando São Francisco de Assis desejou celebrar um Natal o mais próximo possível da realidade do nascimento de Jesus. Com a permissão do papa, ele criou, em 1223, um cenário singelo: um presépio de palha, com uma imagem do Menino Jesus ladeada por um boi e um jumento vivos. Foi nesse ambiente que a missa de Natal daquele ano foi celebrada. O impacto da representação foi tão marcante que a ideia se disseminou rapidamente pela Itália, conquistando gradualmente as casas nobres europeias até alcançar as classes populares, tornando-se uma tradição universal.
Rubem Alves, escritor mineiro, capturou a essência simbólica do presépio com estas palavras memoráveis: "O presépio nos faz querer voltar para lá, para esse lugar onde as coisas são sempre assim, banhadas por uma luz antiquíssima e, ao mesmo tempo, acabada de nascer. Nós também somos de lá. Estamos encantados. Adivinhamos que somos de outro mundo. Dentro de nós existe um presépio. Na manjedoura dorme uma criança. O nome dessa criança é o nosso nome. Dorme em nós o Menino-Deus."
No contexto da cidade de Itiúba, o presépio era carinhosamente chamado de Lapinha e, durante o Natal, tinha presença garantida em algumas casas, cujos moradores se dedicavam com afinco à construção dessas representações do nascimento do Menino Jesus. A tradição, carregada de alegria e beleza, foi aos poucos se enfraquecendo com o falecimento das senhoras que zelavam para que o Natal fosse sempre um evento especial.
Entre os presépios mais memoráveis da cidade, destacava-se o montado na residência do casal Tilde e Manoel Pinto, que eram meus tios. Antes mesmo do Natal, as pessoas formavam filas para apreciar a arte e a beleza desse presépio, que não apenas recriava o cenário do nascimento de Jesus, mas também incluía elementos relacionados à tradição e ao folclore local, enriquecendo ainda mais sua simbologia.
O ressurgimento dessa tradição traz uma alegria especial. No início de 2009, recebi fotos do Natal de Itiúba de 2008 e senti esperança ao perceber que o costume das lapinhas está voltando aos poucos. Essas fotos foram publicadas no site, e o convite está aberto: gostaria de receber mais imagens de presépios – ou lapinhas – dos Natais de Itiúba, para partilhar com todos a beleza dessa herança cultural e espiritual.
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