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Eu, o Cine-itiúba e o Trompete

CINEMA
Autor: Hugo Pinto de Carvalho

Eu, o Cine-itiúba e o Trompete

     

Entre os inúmeros saudosistas do velho e querido Cine Itiúba, tenho certeza que quase todos têm algum caso particular para contar sobre ele. E comigo não podia ser diferente. O que mais me marcou foi a exibição, em 1957, do filme “Êxito Fugaz”, com Kirk Douglas e Doris Day, que contava a história de um garoto apaixonado pela música e que se tornou um grande trompetista. Na época, com apenas 20 anos, entusiasmei-me pela bonita história do filme, e com a ajuda do maestro e amigo Evilásio, aprendi em pouco tempo a ler a música e a tocar o difícil trompete, e passei a fazer parte da pequena orquestra e da banda de música da Sociedade 2 de julho. Como era de se esperar, o meu primeiro solo na orquestra dirigida pelo Evilásio, foi exatamente a música “Whit a Song in my Heart” o tema do filme. E sobre este episódio eu lembro até de duas curiosidades. Uma é que, como não existia partitura da música, tive que tocá-la de “ouvido”. A outra é que o mestre Evilásio, ainda que acreditasse que eu mesmo novato no ramo e com pouco tempo com o instrumento, pudesse executar o difícil solo em um lotado Salão Nobre da Sociedade 2 de Julho, em um baile de fim de ano, por precaução colocou o experiente trompetista Duzinho (seu irmão), sentado perto de mim, pronto para intervir com algum arranjo ou improviso, no caso em que eu falhasse, mas felizmente não foi preciso, e, no final, fui aplaudido por todos, inclusive pelo mestre. A pequena orquestra era composta pelo Zé da Maçu na bateria, o Pedrinho do João Pedro no pandeiro, o velho Aurélio no trombone, o Nilson no Sax alto, o Onésimo no banjo e como “Crooner”, o Antônio Mota no violino, o Duzinho no piston, o Iôzinho Barbosa no violão elétrico, eu no trompete e o próprio Evilásio no trombone de vara (parecendo o Ray Conniff). Não dá para esquecer... nunca, jamais...

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