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Bebida para os Músicos

CARNAVAL
Autor: Fernando Pinto de Carvalho e Djalma Lino dos Anjos

Bebida para os Músicos

 

Os bailes noturnos de carnaval realizados no “rinque” da 2 de Julho eram animadíssimos. As famílias alugavam as mesas colocadas em volta da pista de dança e bebiam e comiam, apreciando a turma se esbaldar ao som de “As águas vão rolar”, “Mamãe eu quero mamar”, “Olha a cabeleira do Zezé” e outros eternos sucessos. O maior dançarino de frevo era, sem dúvida alguma, o Arturzinho (irmão do Orlando Onofre) que, quando ouvia o som da música pernambucana, não parava. E fazia tudo sem tomar nem um gole de cerveja, pois não bebia nada que contivesse álcool. Enquanto o baile esquentava, os músicos eram abastecidos de bebidas a todo instante, pagas pelos foliões, que pareciam agradecer com esse gesto os grandes momentos de alegria que eles proporcionavam. O maior abastecedor era o folião Edmar Azeredo, que acompanhava o garçom levando as bebidas gritando: - Bebidas para os músicos! Bebidas para os músicos! Bebidas para os músicos! O nosso amigo Zuca, grande jogador de futebol e de saudosa memória, num desses carnavais, estava sem dinheiro para beber e descobriu que os músicos estavam sempre muito ocupados tocando os seus instrumentos e ficou ali, bem próximo, consumindo toda bebida que chegava, e eles, na euforia do carnaval, nem notavam, pediam e sempre recebiam mais. Foi o melhor carnaval que o Zuca teve.

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