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A Fantasia de Caçador

CARNAVAL
Autor: Hugo Pinto de Carvalho

A Fantasia de Caçador

 

Nos bailes dos velhos carnavais da Sociedade 2 de julho era comum aparecer algumas pessoas fantasiadas com alguns temas característicos. Não eram muitas, porém, as que surgiam eram o suficiente para colorir e animar a festa. De todas as fantasias, sem sombra de dúvidas, a de toureiro, sempre apresentada todo ano pelo Nelson Ferreira, era a mais luxuosa e a mais bonita. Porém, pensando em inovar, o Cerqueira, um alto funcionário do D.N.O.C.S que trabalhava no escritório do Açude de Camandaroba, resolveu se apresentar de "Caçador Itiubense". Como ele sabia que meu pai - Sr. Jove - gostava de caçar e até mantinha roupas e apetrechos próprios para isto, e também eram amigos, ele pediu todos os paramentos emprestados. E foi aí que aconteceu se não o fato mais engraçado, pelo menos o mais curioso já visto em um baile de carnaval. É que a festa foi num domingo e meu pai havia feito mais uma de suas caçadas justamente no sábado anterior, à noite, e não deu nem tempo de mandar lavar seu "fardamento". Ponderou com o amigo esta situação, porém, como o Cerqueira tinha pressa, pois já estava quase na hora do baile começar, assim mesmo se fantasiou com todos os apetrechos que tinha direito e, garboso, partiu para a festa. Com o calor e o abafamento do salão causado pelo grande número de foliões presentes, a "fantasia do Cerqueira" começou a exalar um forte e asqueroso odor característico dos gambás, aumentando cada vez mais à medida que o cidadão pulava, chegando ao ponto em que o baile teve que parar e até acabar. Sim, acabar, pois só pedir ao Cerqueira para sair não ia resolver nada, considerando que o odor já estava impregnado até nas roupas dos demais foliões. UM VEXAME!

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