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Brincadeiras e Brinquedos do Meu Tempo

BRINCADEIRAS
Autor: Max Brandão Cirne

Brincadeiras e Brinquedos do Meu Tempo

 

Fico invocado, como se dizia antigamente, quando vejo crianças batendo pés nos shoppings espalhados pelas cidades, exigindo esse ou aquele brinquedo. Recordo-me dos meus brinquedos em Itiúba da minha infância. Saia fugitivo e sorrateiramente a catar maços vazios de cigarros como o Astória, o Continental, o Asa Branca, o Hollywood e outros. Recebia quem chegava primeiro a pedir. Os negociantes não nos negavam. O Bar do Carlos Pires era o preferido. Normalmente eram encontrados na lixeira que ficava nos fundos do bar, apanhávamos e levávamos para casa, onde dobrávamos cuidadosamente para servir como mercadoria de troca nos jogos que eram inventados. Outra brincadeira saudável era o pião. Quando tínhamos dinheiro, comprávamos na venda (armazém), do senhor Valdo Pitanga, os chamados peões torneados, ou seja, de fábrica, afinal sendo um verdadeiro luxo, porém para poucos. Quem não podia comprar, se satisfazia mesmo era com os peões “carrapetas”, feitos a facão, e, de umburana-de-cheiro, que era menos resistente. Os indefectíveis fura-pés eram feitos de pedaços de arames que jogávamos a enfiar na terra a partir de dois triângulos cuidadosamente cercados até não deixar lugar para que pudesse passar uma linha que era traçada pelos adversários.

Os meninos do meu tempo não eram doentes nem revoltados. Brinquedos de fábrica eram raros e de poucos. Como era gostosa a nossa infância! O namoro era caso à parte. Apenas singelos bilhetinhos, mas sem toques, sem abraços e sem afagos. Como era gostosa a minha infância! E saudosa!

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