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Quando éramos crianças, passávamos horas brincando de batalhas, inspirados pelos filmes de guerra e faroeste que enchiam as telas do cinema local. A magia dessas histórias nos transportava para um mundo de aventura e ação, onde podíamos ser heróis ou vilões, dependendo do dia e da imaginação.

Dividíamos-nos em dois grupos, sempre com o mesmo número de participantes, para garantir a justiça na disputa. Cada grupo seguia para um lado, procurando esconderijos estratégicos entre árvores, muros ou qualquer lugar que pudesse servir de abrigo. A tensão crescia enquanto todos se preparavam, até que alguém gritava: "Tá valendo!" Era o sinal para o início da batalha.

O jogo era simples, mas cheio de emoção. Quando um participante avistava um "inimigo", disparava um "tiro de boca" — um sonoro "pá!" — e o adversário era obrigado a "morrer", saindo da brincadeira. No entanto, havia sempre os desconfiados, aqueles que pediam ao atirador para descrever a cor da camisa que estavam usando, só para ter certeza de que haviam sido realmente vistos. Apenas após a confirmação, eles aceitavam "morrer", muitas vezes com uma atuação dramática que arrancava risadas dos demais.

Essas batalhas eram mais do que simples brincadeiras; eram momentos de camaradagem, criatividade e diversão. Cada esconderijo encontrado, cada estratégia planejada e cada "tiro" disparado fazia parte de um universo que criávamos juntos, onde a imaginação era a única regra.