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As Brincadeiras de Guerra

BRINCADEIRAS
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

As Brincadeiras de Guerra

 

Quando éramos crianças, brincávamos muito de batalhas, influenciados pelos filmes de guerra que passavam no cinema local. Formávamos dois batalhões com o mesmo número de componentes. Cada batalhão seguia para um lado e os seus "soldados" se escondiam. Gritavam "Tá valendo!" e a batalha começava. Quando um "soldado" avistava o inimigo, dava um "tiro de boca" ("pá!") e ele era obrigado a morrer e ficar fora da guerra. Alguns soldados desconfiados pediam para o atirador dizer qual era a cor da camisa que estavam usando, para terem certeza de que o atirador estava mesmo vendo-os. Só depois da confirmação eles "morriam".

Havia um "soldado" chamado Osmar do Quinquim que os "comandantes" não gostavam de tê-lo em seus batalhões. Ele não "morria", nem "matava" ninguém. Quando começava a primeira batalha, ele se escondia e não aparecia mais. Terminava uma batalha e começava outra e outra e nada dele aparecer. Quando a brincadeira acabava, todos saiam gritando avisando que já íamos embora para que ele não ficasse lá durante a noite.

Era uma pena, porque Osmar era um bom menino. Ele só não queria "morrer" na batalha.

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