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O Bar do Carlos Pires
BARES
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

O Bar do Carlos Pires era um dos lugares mais movimentados e peculiares da cidade. Dentro do bar, duas mesas de sinuca e uma de bilhar atraíam frequentadores interessados em uma boa partida, enquanto conversavam e se divertiam. O estabelecimento possuía ainda uma geladeira a querosene, que funcionava incansavelmente, e outra elétrica, que só operava à noite, quando havia energia elétrica disponível. Mesmo desligada durante o dia, a geladeira elétrica mantinha os itens bem gelados, atendendo à demanda dos clientes.
Na frente do bar, por muitos anos, existiu uma bomba de gasolina manual. Para operá-la, era necessário girar uma manivela, o que exigia certo esforço. No entanto, com a cidade tendo pouquíssimos carros na época, o movimento era pequeno, e o trabalho do bombeiro era suportável.
O principal balconista do bar era o Carlinhos, filho do proprietário. Jovem e carismático, ele atendia aos clientes com presteza, mas tinha um pequeno hábito que não passou despercebido por um malandro da cidade: Carlinhos não anotava na hora o que vendia fiado. Essa distração se transformou em uma oportunidade perfeita para um dentista recém-chegado, que decidiu tirar proveito da situação.
O dentista, conhecido por sua esperteza, começou a frequentar o bar regularmente, fazendo farras regadas a cervejas, refrigerantes e uísques. Ele consumia tudo sem moderação, sempre deixando a conta para pagar depois. Meses se passaram, e a dívida parecia ter sido esquecida por Carlinhos, alimentando a confiança do espertalhão.
Porém, chegou o dia do acerto de contas. Quando o dentista foi buscar o pagamento pelos tratamentos dentários realizados em familiares do proprietário do bar, recebeu uma surpresa que jamais esqueceria. Apresentaram-lhe um caderno escolar, onde estava meticulosamente anotado tudo o que ele havia consumido no bar – com datas, horários e detalhes de cada item. O total da conta era pelo menos cinco vezes superior ao valor do tratamento dentário.
Espantado, o dentista exclamou: — Não pode ser! O Carlinhos me traiu!!!
O episódio ficou marcado como uma história hilária e icônica do bar, circulando entre os frequentadores como uma lembrança das astúcias – e das consequências – que se desenrolavam naquele ambiente tão singular.
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