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As Sete Casas

BAIRROS, RUAS, PRAÇAS E LADEIREAS
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

As Sete Casas

 

A vila que inicialmente recebeu o nome de Conjunto São José e depois passou a ser chamada pelo povo de “Sete Casas”, foi construída no início da década de 1940 pelo Sr. José Cruz, um homem culto, proprietário de uma das melhores lojas da cidade e que tinha pendor para a construção. Ele construiu, além das “Sete Casas”, um prédio chamado de “São Vicente”, nas proximidades da Laje Grande, que tinha a finalidade de abrigar moradores de rua da própria cidade ou que por lá passavam. Ele também chefiou as obras da reforma da Igreja Católica. As “Sete Casas” também foram construídas com o intuito de beneficiar as classes mais pobres, pois o seu proprietário pretendia cobrar aluguéis pequenos, condizentes com a diminuta área das pequenas habitações. Foi construído, também, um enorme tanque de cimento e pedras para receber as águas da chuva que caiam nos telhados e que para lá eram conduzidas por uma rede de bicas e canos. A água era vendida por lata (de querosene com capacidade para 20 litros) não só às pessoas que moravam no próprio conjunto como também a qualquer habitante da cidade que necessitasse de uma excelente água para beber.

Originalmente a vila tinha apenas sete casas (daí o seu nome), mas algum tempo depois foram construídos locais para teatro e bar e uma nova rua com casas maiores que ficavam nas proximidades do Posto de Saúde, onde o próprio proprietário da vila chegou a morar. Pessoas que procuravam o clima saudável de Itiúba para a cura de suas doenças moraram na vila.

Muitos anos depois o local se transformou em zona de prostituição, o projeto do teatro não deu certo, o local passou a ser uma marcenaria e o bar virou a “boate” do meretrício. A transformação do lugar modificou também as áreas próximas e surgiu o Beco da Faca, que era um local perigoso, principalmente aos sábados, quando havia muitas brigas, onde os rivais se enfrentavam usando facas e facões.

O auge do local aconteceu na época da construção do Açude de Camandaroba porque havia muitos homens trabalhando lá e ganhavam relativamente bem. Nessa época chegaram para lá mulheres de toda região. Com o tempo o meretrício foi decaindo e mudou-se para os bairros do Calumbi e do Cachorro Pelado e as casinhas da vila voltaram a ser alugadas às famílias de rendas menores.

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