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Moringas de Barro
ARTESANATO
Autor: Valmir Simões
Na feira livre que acontecia aos sábados. Em Itiúba, de tudo tinha um pouco, o para ser comercializado. Era, na verdade, uma feira pujante. Vinham comerciantes de todas as cidades circunvizinhas e de outros lugares do município. Moringas e potes de barro eram produtos que não podiam faltar, tinham venda garantida. Nós, sessentões, que vivemos naquele tempo, sabemos que quem tinha geladeira em casa eram os mais abastados e que ela era movida a querosene, pois a cidade não dispunha de energia elétrica durante o dia. Quem não possuía luz elétrica em casa usava o famoso “fifó”, também conhecido como “bibiano” e quem não tinha uma geladeira bebia água fria em “moringas de barro” e o famoso “pote de barro” que ficava em um canto da casa, com água em maior quantidade. Na maioria das vezes, à noite, a moringa tinha presença garantida ao lado da cama do casal, acompanhada de um copo de alumínio da borda virada para amenizar o calor itiubense. Ah! Nossas mães costumavam colocar um chuchu para nascer no pé do pote e depois plantar no quintal. Lembram-se das melancias compridas que ficavam no pé do pote esfriando, para serem saboreadas à noite? A filharada ao redor da mesa, ou sentados em uma esteira na porta da rua, sem ninguém incomodar, e a disputa pelo miolo, também chamado de capitão, hein! Ah! Que tempos bons aqueles, quanta saudade.
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