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Um Dia de Sufoco

ARMAS E MUNIÇÕES
Autor: Valmir Simões

Um Dia de Sufoco

 

Certo dia, como de costume, estavam vários amigos na frente do nosso armazém conversando, jogando conversa fora, contando as proezas de cada um, sorrindo e, às vezes, dando enormes gargalhadas em razão dos casos relatados. De certa maneira tal procedimento era um tanto prejudicial para os negócios do comércio, pois nem todo fregueses se sentiam a vontade ao chegarem a um ambiente daquele.

Neste conto serão omitidos os nomes dos amigos que presenciaram este fato. Naquele momento chegou certa pessoa com um revólver que não recordo o calibre, oferecendo para quem quisesse comprar. Um dos amigos disse que o compraria após experimentá-lo. Todos que estavam na frente do estabelecimento se dirigiram até a área dos fundos do armazém para ver o teste com a arma de fogo. Foi colocado algo próximo ao portão para servir de alvo. O amigo, então, de arma em punho, mirou o alvo e apertou o gatilho, mas o tiro não saiu e ele colocou a arma na palma da mão e disse que ela não prestava, nisso ouviu-se um estampido e outro amigo empalideceu, colocou a mão sobre o peito e disse: - Você me matou. Todos ficamos apavorados, pois a bala havia ultrapassado a região do peito, nas proximidades da clavícula, saindo do outro lado e se alojando na parede do muro. Corremos às pressas e o amigo foi levado para a cidade de Senhor do Bonfim e foi salvo. Ele tinha o corpo franzino e após ter recebido o tiro algum tempo depois tinha engordado bastante. A coisa não ficou por aí, teve até perícia policial no local, mas tudo ficou em banho-maria. Na verdade, não houve nenhuma intenção maldosa no caso, foi um acidente. Não me lembro o que aconteceu com a arma depois, só sei dizer que foi um dia de sufoco. Nunca mais quero ver cena igual.

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