Acabei de constatar que muitos aparelhos e utensílios que usei durante a minha vida, hoje são considerados peças de museu. Fiquei velho ou o mundo remoçou? O constante desenvolvimento de novas tecnologias tornam inovações recentes obsoletas e descartáveis com extrema rapidez.
Vou começar pelo pilão de pedra que existia na casa do meu pai, quando eu era menino. Ele pilava carne, milho, café torrado e fazia uma paçoca de carne com farinha de mandioca que era uma delícia. Ele substituía a máquina de moer e o liquidificador. Hoje, deve estar inútil, jogado num canto da dispensa.
Outra coisa que me deu alegrias e muito me ajudou, foi a máquina de escrever Remington que existia no escritório do meu pai. Nela, om as instruções transmitidas pelo meu pai, me tornei exímio datilógrafo. Isso muito me ajudou quando eu comecei trabalhar. As primeiras máquinas de escrever começaram a perder o prestígio quando as fábricas começaram a eletrificar os novos lançamentos, mas o seu ocaso aconteceu mesmo foi quando os computadores surgiram e os teclados modernos substituíram a outrora “insubstituível” máquina de escrever com muito mais vantagens.
Na área dos sons tenho muitas coisas para mencionar: os discos 78 rotações, pesadões, com uma música de um lado e outra do outro; as fitas cassetes e até o long-play e os disquinhos graváveis e regraváveis, que pareciam ser tecnologias insubstituíveis e acabaram vencidos pelo atual streaming de músicas. Poderíamos falar também dos toca-discos, das radiolas nas salas de visitas, dos microfones de cristal, das agulhas dos toca-discos e de tantas outras coisas ligadas a área do som, mas vamos dar um pulo para a comunicação e lembrar-nos do famoso celular “tijolão”. Sim, eu tive um da Motorola que pesava quase meio quilo e eu andava com ele preso ao cinto, muito orgulhoso daquela nova tecnologia ao meu dispor. Devemos lembrar, também, da TV preto e branco, dos toca-fitas de carro, do radinho de pilha, do cinema em 16mm… tantas coisas já foram substituídas, outras tantas no futuro também serão, mostrando que nada é eterno, nada dura para sempre.
Recentemente li um artigo onde o articulista comentava sobre a Obsolescência Programada ou Planejada, quando um produto lançado no mercado se torna inutilizável ou obsoleto em um tempo relativamente curto de forma proposital. Nesse caso, as empresas lançam, propositadamente, mercadorias para serem rapidamente descartadas e estimulam o consumidor a comprar novamente. Isso já vem acontecendo há algum tempo e ao desobrigar os fabricantes de produzirem peças de reposição dos produtos, após 5 anos de fabricados, a própria legislação brasileira estimula esse procedimento. Por outro lado, se os produtos durassem muito mais do que duram atualmente, provavelmente isso faria muito mal à economia do país, que precisa de mais impostos e mais empregos para a população. Esse é o dilema.