ÍNDICES
-AÇUDES, RIOS, RIACHOS, TANQUES E CACIMBAS
-ADMINISTRAÇÃO E AUTORIDADES MUNICIPAIS
-APARELHOS, INSTRUMENTOS E UTENSÍLIOS
-BAIRROS, RUAS, PRAÇAS E LADEIREAS
-CASARÕES E PRÉDIOS HISTÓRICOS
-CIRCOS E PARQUES DE DIVERSÕES
-CLUBES, BANDAS E FILARMÔNICAS
-CRENÇAS, RELIGIÕES E SUPERTIÇÕES
-ESTABELECIMENTOS E EMPREENDIMENTOS COMERCIAIS
-ESTRADA DE FERRO, ESTAÇÃO, TRENS
-FENÔMENOS E CATÁSTROFES NATURAIS
-ORIGENS, HISTÓRIA E PROGRESSO
-PERSONAGENS POPULARES E COMUNS
Blog
Melé, o Engarrafador de Vinhos
ALCOOLISMO E ALCOÓLATRAS
Autor: Valmir Simões
Os comerciantes de Itiúba, naquele tempo, compravam as mercadorias em cidades maiores, como Senhor do Bonfim, Serrinha, Feira de Santana e Salvador. O meu pai tinha como fornecedor principal de seu comércio, uma empresa bastante conhecida, chamada H. Parada & Cia Ltda., mais conhecida como Paradela, situada no Gasômetro/Calçada, em Salvador.
Entre as mercadorias de maior aceitação estava o Vinho Reserva Vencedor, que chegava a Itiúba através da via-férrea em um trem de carga chamado de “Arrecadação”. Geralmente vinham em torno de três barris de madeira, acompanhados de selos e rótulos. Logo que chegavam, meu pai providenciava de imediato o engarrafamento. Já tinha uma pessoa certa para esse trabalho, no entanto, no dia combinado para o engarrafamento ele adoeceu e como alternativa foi chamado um carregador da cidade apelidado de Melé, que ganhava dinheiro fazendo o carreto de mercadorias em seu carro de madeira e gastava tudo bebendo cachaça.
O Melé se apresentou para o trabalho e foi colocado junto dele um pequeno tamborete de madeira, um funil de zinco, uma mangueira de borracha, um balde e um caneco. As garrafas já ficavam lavadas a espera do produto. A mesma pessoa que engarrafava o vinho, no dia seguinte, colocava os rótulos e os selos fiscais e, com uma rústica máquina manual, tampava as garrafas no final. O Melé ficou no depósito fazendo o serviço com a porta fechada para evitar a entrada de algumas pessoas que gostavam de “bebericar” o vinho como amostra. Tudo estava andando normalmente. Por vezes meu pai dava uma olhada para ver se o serviço estava sendo feito corretamente. Depois chegaram algumas pessoas e ele parou a fiscalização por alguns minutos. Em dado momento um freguês da venda disse: Zé, que cheiro forte de vinho é esse? Meu pai observou, então, bastante vinho escorrendo por debaixo da porta do depósito. Ao abri-la se deparou com o Melé caído junto ao barril e a mangueira derramando todo o vinho. A operação foi interrompida e o bêbado Melé levado para casa. Nunca mais ele foi chamado para fazer esse tipo de serviço. Quem já viu raposa tomar conta de galinheiro?
Navegação
IR PARA O ÍNDICE DAS CRÔNICAS ALCOOLISMO E ALCOÓLATRAS
Comentários
(0) Comentários...