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Barragem Rômulo Campos

AÇUDES, RIOS, RIACHOS, TANQUES E CACIMBAS
Autor: Humberto Pinto de Carvalho

 Nascido em 1930, participei de muitas histórias sobre nossa cidade. Para mim falta ser contada a da Estrada de Ferro, que teve sua planta alterada para passar entre as nossas serras, e a do Açude Jacurici, que teve suas obras iniciadas em 1954.

São passados 60 anos da data oficial do fim das obras do Açude. Em 1956 represou muita água. Em 1957 sangrou pela primeira vez. Tem sua história de benefícios que precisa ser levantada. Lembro que Dr. Rômulo Campos, era casado com D. Jucundina, irmã da esposa do Sr. Pombinho Pinto, Prefeito eleito (1950/1958). Portanto, fazia parte da família itiubense. Como ele era, na época, Diretor-Geral do Departamento Nacional de Obras Contra as Secas (DNOCS) e adorava passar suas férias por aqui, determinou os estudos e a construção desse manancial, que terminou dez anos depois. É um marco no sertão baiano, com sua barragem medindo 1620 metros, para acumular 146 milhões de metros cúbicos de água, encravado numa região castigada pelas secas devastadoras e pela flora e fauna da nossa caatinga. Amenizou os sofrimentos de muitos sertanejos. Pena é o abandono da área do escritório e casas residenciais que se nota hoje em dia. Não vai demorar para se transformar numa “cidade- fantasma” como aquelas dos filmes de bang-bang, que o Cine-Itiúba exibia.

O progresso da localidade denominada Rômulo Campos, conhecida com Camaleão, é a única compensação visível desse grande investimento público federal. A ONG SERRA DE ITIÚBA, vem angariando dados, fotos e informações confiáveis para montar a verdadeira história, com destaque para as pessoas que ajudaram essa grande obra e em especial do Dr. Domingos Rômulo da Silva Campos e Dr. Hilton Silveira, jovem que por aqui chegou em 1953 e, como Engenheiro-Chefe, iniciou e concluiu o Açude da Camandaroba. Devo esclarecer que entrei em contato com esse competente técnico, hoje residente no Recife, e ele se prontificou a ajudar no levantamento desse acervo, para ser incorporado a cultura local.