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O Açude do Jenipapo, o Amigo e a Garota

AÇUDE JENIPAPO
Autor: Fernando Pinto de Carvalho

O Açude do Jenipapo, o Amigo e a Garota

 

É uma pequena represa e não sei por que tem esse nome, pois não existem jenipapeiros por lá. O local é muito agradável, com muitos pés de umbuzeiros que, na época certa, oferecem boa sombra e deliciosos frutos a todos que passam por ali. Fica próximo à cidade, e costumávamos caminhar até lá. Ao lado, encontra-se o Tanque do Meu Tonho, cujas águas se uniam às do Açude por meio de um pequeno canal natural, que só estava presente em épocas de muita chuva.

 

Próximo à barragem, no ponto mais profundo, havia um degrau de cimento onde estava inscrito o número 107, que deu nome ao lugar. Nos divertíamos muito mergulhando dois ou três de cada vez para ver quem conseguia ficar mais tempo debaixo dágua, sentado no 107.

 

As águas que passavam por cima da barragem formavam cachoeiras nas muitas pedras presentes no local. Certa vez, estávamos lá com algumas garotas quando o amigo Egui, depois de algumas doses a mais de bebida, "apaixonou-se" por uma delas. No entanto, aconteceu que ela só estava interessada em mim. Percebendo o interesse excessivo (chamávamos de "inzona") do meu amigo, tentei me afastar dela e fui tomar banho nas cachoeiras. A garota foi para lá logo depois. E o meu amigo, ao perceber que não podia competir de igual para igual, uma vez que o interesse dela era por mim e não por ele, mudou de estratégia e passou a me oferecer bebidas e petiscos para me afastar dela. Ele gritava: - "Olha o tira-gosto feito na hora!", ou então: - "Tome aqui uma caipirinha caprichada!".

 

O Egui teve um dia difícil. Sua estratégia não deu certo. Mesmo que eu não quisesse namorar a garota naquele momento, ela não se afastou de mim durante todo o tempo. Além disso, por insistência dele, acabei consumindo quase toda a comida e bebida que tínhamos levado, deixando-o sem a garota, sem bebida e sem comida.

 

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